Como escrever uma tese
Uma tese é uma tese, disse o Mário Prata num texto imperdível e já publicado por aqui. Mas quem vive a coisa na pele, sabe que o processo é um mergulho nas profundezas do ser. É o(a) sujeito(a) com ele(a) mesmo(a) e em processos de dar inveja ao melhor analista. Não há como escamotear os próprios boicotes, nem fugir dos próprios limites. É o espelho em todas as paredes da sala te apontando de todos os lados. E sim, há de encarar o touro de frente, como manda o manual do(a) gaúcho(a) macho(a).
O processo de tese tem do prazer ao horror. Escrever uma tese requer disciplina, disciplina, disciplina, persistência e paciência! Criatividade é coisa para os poucos geniais. Do prazer da descoberta e do texto aos prazos de término, a gente quer mesmo é terminar a dita cuja com um mínimo de decência e prospecção. O que vier depois é lucro - é vida pós-tese. Por enquanto, é um estado alterado de existência...e de humor, na sequência! A gente vira ogra, vida social vai para as cucuias e os amigos custam a entender porque, afinal, a criatura desapareceu! Restam os solidários porque já passaram pelo processo e aqueles que nos amam tanto que relevam o sumiço. Mas outros não entendem não...
Também é o período da maior organização. O sujeito vira um primor da eficiência e da ordem - tudo para não trabalhar na tese. (Estou um brinco de pérolas nesse quisito!!!)
Na real é um processo muito solitário, embora nos cerquemos de gentes em processo e em ajuda. É como um parto - toda a assistência conduz o nascimento, mas o esforço de expulsão é único e teu. (Claro que a cesariana deve ser como pagar alguém para escrever por você. Não rola!)
Agora lá fora a chuva convida a instrospecção e diminui o calor infernal do verão nessas paragens. Depois eu conto mais. Volto para as textualidades e reflexões.
Marcadores: Rosana Zucolo
4 Comentários:
Ah, Rosana.. vai dar tudo certo!! Sigo aqui, no plantão virtual e eventualmente ao vivo!! Bjos
Ah, mulher, como, e como te entendo... Eu gargalhei alto aqui quando li a parte do organizar-se mil vezes... Bah, como é doído esse estar conosco tendo que espremer o cérebro, as juntas e mudar o joelho de posição porque adormeceu. Eu ainda não cheguei no momento do prazer. Talvez depois de expulsar o feto. Só pode. Força na peruca, nega. Uma hora a gente vai ter que sair disso. Beijaaaa
Olhe, vou contar uma coisa prá vocês: não sou capaz de escrever uma tese.
Falta-me disciplina, habilidade e, pra completar sou muito lenta. Não entendo nada de abnt, não sei fazer nota de rodapé... então, difícil.
Tenho profunda admiração por quem encara e realiza. Sei que a tese tá castigando a Pró, mas ela vai chegar lá. O mesmo com Dna. Bona.
Vou mandar um pacote de avoador pra casa dela, pra ela ir se distraindo, no momento em que a 'coisa' empaca.
"O que ela quer da gente é coragem", Guimarães Rosa.
Meninas, brigadim pelo apoio. Meu coração agradece, profundamente comovido. E me sinto autorizada a continuar as lamurias.rsrs besos
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