Não calar
Aqui escrevem várias mulheres jornalistas. Nem sempre, mas escrevem!
Algumas são jornalistas por formação acadêmica, algumas por formação na vida. Todos movidas pela paixão e todas muito boas no que fazem.
Todas se desassossegam diante do desencanto. É o que as move.
Uma delas me disse na quarta última:
-É...o meu diploma saiu ontem e hoje já não vale nada!
Controvertida, a discussão sobre o diploma para o exercício do jornalismo ganhou proporções inimagináveis. Não dá para calar diante da forma como a decisão foi tomada no STF. Aliás, não foi uma decisão, foi uma queda de braço revestida de traços ditatoriais. Aliás, no Supremo, tudo lembra quem manda no que e em quem.
Para entrar no recinto, primeiro você é barrado pelos seguranças vestidos de preto e cujo porte lembra um armário do século passado. Eles pedem a sua identidade - do cpf à certidão de batismo. Câmeras fotográficas, nem pensar! Ela pode ficar pendurado no seu pescoço, mas de olho nele também estará o segurança, pronto a saltar no primeiro gesto.
O jovem assessor que assistia a votação estava debruçado sobre o braço, apoiando o queixo na palma da mão -não se sabe se segurava a cabeça por desespero diante do que ouvia, ou se a segurava porque o queixo caíra. Levou um cutucão de um dos seguranças com a advertência de que para estar ali, devia sentar-se com compostura!
Um único deputado cuja profissão de origem é o jornalismo estava presente à sessão. Saiu chocado! Tanto pela forma da votação, quanto pelos argumentos do relator. São 91 páginas de texto para uma decisão que ignora a história e o investimento na formação superior dos jornalistas. Pior, numa interpretação própria, nega movimento construído pela sociedade,como se cada escola de jornalismo tenha surgido isoladamente por iniciativa de grupos interesseiros, seja de jornalistas, seja de empresários. Os magistrados não dimensionaram o efeito da decisão tomada na superfície da questão. Também os jornalistas e o resto da sociedade civil não acreditaram que seria possível. Deu no que deu. Lamentável, inaceitável!
Marcadores: Rosana Zucolo
5 Comentários:
Aiai! pois saibam que eu,uma senhora séria vestindo um terninho executivo feminino, fui barrada no TST, pois lá,as mulheres só entram-ou entravam- de saia ou vestido.
E é essa gente "superior" que tem o poder de decisão sobre temas dessa importância!
Enquanto a "grande imprensa" se preocupa com Lula,GM pinta e borda...
Lamentável e nojento!!!!
Sonia
Hummmm, todo mundo calado por aqui! Tststs!
Pois é. E, ainda sim, fui buscar meu diploma com muita satisfação. Sem dúvida, a melhor coisa que ganhei nos últimos tempos.
Tenho tentado escrever sobre o assunto, mas tenho tido dificuldade. Não sei por onde começar.
É o luto! Daqui a pouco vc faz a catarse! bj
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