segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Vamos falar da Susan

Ó, nem sinal do carnaval por aqui. Nem Mardi Grass. Nem Veneza com ou sem máscara. Nada. Nadinha de nada. Um pouco de neve derretendo lá fora. Para vir mais. Só.

E assim, não estou sentindo falta, não. Dia normal, sabe? Quase normal, porque depois que vim para cá, rotina é o que menos tenho.

Eu tinha que fazer pesquisa e tals hoje, escrever em inglês, mas como toda boa procrastinadora, estou aqui, indo e vindo em um artigo científico. Daí, pra procrastinar mais, resolvi falar da Susan.

Faz tempo que quero falar dela. Na verdade, porque queria saber cargas d´água o que a coitada fez – ou deixou de fazer – para ser lembrada para todo o sempre assim.

É tipo o Zezé da cabeleira. Ou ainda a Amélia-mulher-de-verdade. Nunca serão esquecidos. E pior, ficarão ali, grudadinhos com o uso do seu nome. Em vão. Em qualquer vão.

Por falar em vão, a coitada da Susan aqui tem seu nome ligado a um. Na verdade, não é um vão, mas é uma coisa que usamos nesse vão.

Eu realmente fiquei chocada quando me falaram a primeira vez. Fiquei pensando: porra, coitada da Susan, meu.

Imaginei também, como deveria ser o nome da mãe da Susan. Ou do pai. Estes sempre vão ter o direito ao esquecimento. Mas a Susan, pobrezinha, ficará a vida toda sendo chamada na cozinha. Não tem espírito que descanse desse jeito!!

A primeira vez que me falaram dela eu gaguejava tentando saber os nomes das coisas da cozinha. Bah, que dificuldade. Se nem me português eu sabia ao certo (a gente chama tudo de coisa diferente em cada região do país, oras...), imagina em outra língua. Mas esse nome até o marido conhecia. Até ele que vive boiando para me dizer os nomes da escumadeira, da colher de pau, do “strainer”...

Então a cozinha tem aquele ângulo no armário embaixo do counter (balcão). Aquele canto que fica cheio de espaço e que dava para pôr um montão de coisas ali, mas ia ficar difícil de alcançar porque é fundo, lá atrás mesmo. Aí o ser humano inventou uma roda/prateleira que pode ser chamada poeticamente em português de “Canto Mágico”. Lindo, né? São aquelas ferragens que saem do armário e facilitam a vida da arrumação de mantimentos dentro dos armários.

Pois é. Sabe como isso se chama em inglês? Lazy Susan. Foda, né? Imagina, chamar a Susan de preguiçosa só porque ela inventou a ferragem para arrumar as coisas no armário. Fico de cara com isso.

Toda vez que preciso me referir ao canto para o marido eu digo: põe lá na coitada da Susan.
Porque, né? Bah.

Diz para mim: não tem nexo, né?

A Susan inventa uma coisa assim e fica mal-falada por resto da vida...




3 Comentários:

Blogger Dorotéia Sant'Anna disse...

Puts, ela foi "gênia"!! Tenho um buraco sem fundo na minha cozinha para onde vão todos os utensílios não usados...e defnitivamente esquecidos. Quem fez os armários ( séculos atrás) não conhecia a Susan!

28.2.17  
Blogger Dna. Bona disse...

Num é? Pena chamarem ela de preguiçosa... Eu fico de cara.

28.2.17  
Anonymous denis disse...

Ô coitada...

1.3.17  

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