domingo, 28 de junho de 2015

Teares e tecituras



Quando voltei da Bahia - e entre as demandas que me trouxeram novamente ao sul -, me propus iniciar algo que eu quisesse muito! Era questão de sanidade!!! Foi quando resolvi aprender a tecer em tear. Coisa antiga no meu imaginário...ouvira falar dos teares desde os tempos de Tróia! Depois encontrei um arquiteto aposentado que tecia coletes e casacos de lã em tear, e os vendia no Bric da Redenção, em Porto Alegre. Aquelas peças em madeira me pareciam instrumentos fascinantes. Algo que dependia do teu manejo e cujo resultado era a produção direta pelo sujeito. Mais do que artesanal, era autoral!
Achei uma prima que também queria e uma ex-vizinha que ensinava. Comprei um tear de pente liço de 90 cm e os instrumentos básicos para começo de conversa. Descobri como fazer para cortar a lã conforme a peça, como colocar o fio no tear através do pente e dar forma à urdidura. Combinar cores é algo que não apenas te ocupa, mas te faz criar!!
Tenho também um certo vício pelos novelos de lá. Coisa herdada da minha mãe que jura nada ter a ver com isso. Mas ver muitos novelos juntos e de diversas cores,de algum modo me conforta. Fios, muitos fios!!!
Mas e de tear na mão, ali se foram muitos experimentos, tecidos, chales, mantas e cobertas. Ver as tramas se fechando e compondo os tecidos é algo que vicia. É projeto na mão. É a "coisa" se materializando. E que se quer ver pronto logo.  E é também quando a gente entende que trabalhando do lado de "fora", organiza o dentro. 
Meu tear passou muito tempo parado por conta do doutorado - quatro anos para ser mais exata. Agora, deu saudade e resolvi retomá-lo. Esta tecitura da foto aí é uma mantinha que estou devendo para um amigo há uns três invernos. Ele está mais velho e o inverno mais frio. Vou cumprir a promessa em vida!!!
Tenho também outro projeto ainda em compasso de espera - quero uma roca de fiar como esta aí da Dona Zélia, e lã crua para fazê-lo. Na minha utopia, gostaria de criar ovelhas para somente a produção de lã. Fios, muitos fios, cardados, lavados, coloridos...não seria uma maravilha?

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5 Comentários:

Anonymous Denis Rivera disse...

Agora to aqui me lascando de inveja...

28.6.15  
Blogger Dna. Bona disse...

Roooooo!!!!! Que delícia!!!! Tenho um tear aqui também que saiu do cantinho onde fica dobrado logo depois do doutorado. o ex-marido dizia que enquanto eu tecia ele ia sair para caçar... É bem um esquema de voltar as origens em um tempo que nos atropela. Sabe meu projeto agora? Fazer tapetes com tiras das cortinas antigas. Já tingi coloridas com tinta de tecido, o próximo passo é tecer com barbante! A coisa de reciclar e dar novo significado é fantástica, né? Em frente! Posta os resultados das mantinhas! Vou adorar ver! beija

28.6.15  
Blogger Carla Rossa disse...

deve ser uma delícia esse ocupar

30.6.15  
Blogger Unknown disse...

E eu tenho um projeto com tear... Trabalho com as presidiárias: a confecção de mantos Zens em tear! Como vc bem sabe, são gigantes... então, primeira tarefa seria a fabricação dos teares do tamanho do manto. Aqui na Bahia encontrei um - precisando de restauração. E tb encontrei uma boa alma no Pelô que se dispôs a ensinar as meninas encarceradas. Parei aí...

2.7.15  
Blogger Rosana Zucolo disse...

Denis, um pólo textil é Santa Catarina. Fábricas de teares manuais. Veja em http://www.artevivatear.com.br/.
Belo projeto!

10.8.15  

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