segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Para além dos egos e das candidaturas

Concordo com a Denis, ainda que por motivos distintos. Sim, esta campanha deixa qualquer um deprê. O modelo de fazer propaganda política faliu. Horário eleitoral no rádio e na televisão é cenário da barbaridade que assola as ideias dos políticos. A gente nunca sabe se o cara é ingênuo ou malandro, ou ainda, corajoso em se lançar numa empreitada quando se é pouco ou nada conhecido, muito menos se tem condições de mostrar ou mesmo de ter propostas.
 Pode ser o caso de uma dada candidata, mulher de um determinado prefeito, que do nada, se lançou candidata a deputada estadual. Nunca teve envolvimento partidário e trabalho para além de ser mulher de político. Não tem eleitorado sequer para ser vereadora.
Incompreensível? Nem tanto! As notícias correm e, conta a lenda,  que ela quer mesmo é ocupar um dado cargo em Brasília para o qual a exigência para quem assumir é a de ter em seu currículo uma candidatura em pleito ou um mandato exercido.
Cansa...como também cansa o mimimi em torno dos candidatos quando ninguém discute a plataforma. Aliás, qual é mesmo a plataforma? Qual o programa? 
Discursos vão e vem...  e atribuem à nós a responsabilidade pelas ações de quem é eleito. Como assim, cara pálida? Nem vivendo 30 anos ao lado de uma pessoa a gente pode dizer que a conhece realmente, e tem que responder pelas atitudes de um candidato que aparece a cada dois ou quatro anos?!
Desse enfado diante da política nacional, apenas uma coisa atrai a minha atenção: saber o que as pessoas comuns, réles mortais assim como eu, estão pensando.
Hoje na BR287, estrada entre Vera Cruz e Candelária, paramos numa loja muito agradável que mais parece aqueles antigos armazéns onde se encontrava  qualquer produto. Há décadas lá se vende de tudo - de móveis à bananas, incluindo roupas de todos os tipos, gêneros e preços, um pequeno açougue ao lado da mini-padaria e de uma recente lancheria. É atendida pela família de origem alemã - uma vovó tomava chimarrão enquanto a filha, uma senhora, costurava -,  uma auxiliar que se divide entre fazer o café na lancheria e atender aos clientes, e o pessoal que faz o pão.
A dona,cautelosa mas não menos curiosa em falar sobre política, tenta saber em quem votaremos. Indaga muito, mas não se posiciona. Quando digo em quem vou votar, descubro que ela não gosta do FHC. "Ele parece que vivia com aquela faixa de presidente. Era nariz para cima." FHC era elite, pensei. Naquele contexto de pequenos agricultores de quem cresce trabalhando, ou na lavoura de fumo que cerca a região ou no comércio, não há espaço para representação de intelectuais e sim para quem " mete a mão na massa". 
Ela continua falando e acrescenta um dado, no mínimo interessante para quem desconhece o ritmo de quem trabalha com comércio: " o pessoal reclama dos impostos, mas eles são os mesmos desde o governo do FHC. A gente continua pagando a mesma coisa que pagava antes. A diferença agora, é que os pobres recebem mais. Pelo menos tem divisão." 

Paguei a conta com cheque depois de esperar a linha do telefone cair várias vezes e cancelar o cartão. Fui embora com a certeza de que para além do saco de gatos que virou a política nacional, alguém pensa a partir das demandas do dia-a-dia. Levei dois vestidinhos de 20 e poucos reais e liguei encomendando galinha caipira de quem  vive das pequenas produções.

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1 Comentários:

Blogger Ari disse...

O curioso é que isso é tão visível, tão evidente, que só não vê quem não quer.

15.9.14  

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