A CULPA É DO ALL STAR
Por
Dorotéia
A gente tem amiga de todos os tipos.
As gordas, as magras, as magérrimas, as esquálidas, as baixinhas, as altinhas, as calminhas, as maluquetes, as louquésimas, as naturebas, as selvagens, as excêntricas, as egocêntricas, as narcisistas, as convictas... enfim, uma infinidade de gentes cujas combinações variam entre os tipos... gorda selvagem, magra maluquete, baixinha meia-pipa, altinha esquálida... e por aí vai! Mas sem cair no axioma das tipologias, tem-se que admitir que há um tipo inconfundível: a colecionadora! Tenho uma assim.
Ela não sabe como começou, mas lembra que foi nos tempos de faculdade quando apareceu o all star. Ainda não era famoso e era baratinho. Comprou um de cada cor. Cada dia da semana saía com um de cor diferente. Usava até rasgar. Quando não dava mais, comprava outro igual. Aí descobriu que eles não estavam substituindo as cores no mercado. Começou a poupar os all star e a guardá-los. Voltou-se aos pares alternativos. E tomou gosto pela coisa! Sapatos, sapatilhas, botas, tamancos, sandálias altas, sandálias baixas, chinelos de salto, chinelos sem salto, rasteira, balézinho, tênis, salto fino, salto alto, plataforma, cano alto, canocurto, meia-perna...tem alguma coisa a mais e calçavel? Ela tem!
Ao longo dos anos foi comprando e guardando. A família descobriu a fissura e dá-lhe presente. A cada nova estação, ressuscita um modelito peculiar e único, mesmo que ele tenha 15 anos. Exclusivo! Mesmo porque depois de tanto tempo, perua nenhuma tem um igual. Mas o problema começou quando ela percebeu que não conseguia ficar sem comprar o novo modelito que aparecia na vitrine. Pânico!
Não existe vigilante das fissuradas em sapatos. Muito menos centro de apoio às viciadas em novos modelitos. Começou a faltar espaço em casa. No quarto nem se fala! Numa das inúmeras mudanças o filho perguntou quem ficaria com o quarto maior, ela ou os sapatos? São 120 pares! Caixas, caixinhas, prateleira que não acaba mais. Dia de faxina, a secretária leva quase um turno inteiro espanando os ditos cujos. E ela decidiu acabar como vício nem que fosse na marra. Passou a evitar as vitrines, a não ler revista de moda e a controlar-se para não espichar o olho aos sapatos das colegas. Num dia de vacilo, foi vista entrando de costas numa loja. Comprou o lançamento exibido na vitrine e correu para casa. Uma amiga falante espalhou.
Há dois meses não compra nenhum par. Diz que está sob controle.
Os sapatos são os de sempre.
Em uma semana trocou de bolsas oito vezes.
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7 Comentários:
Ou tua amiga ficou pobre ou brega! Nem toda mulher chic é viciada em sapato, mas toda mulher que adora sapato é chic! Tese minha já comprovada! Tanto que tua amiga nunca, nunquinha usou uma havaiana ...
Eu?
Detesto sapato!
DETESTO!
Amélia, vc caprichou!!!!Uau!
Carminha,minha amiga não tem nada de brega. Nãoconheço o saldo bancário dela que tem a mesma profissão de vocês. Pobre sou eu, minha filha! Essa vida de doméstica tá acabando comigo!
Eu não sei se sou pobre ou chique ou as duas coisas, mas o fato é que eu amo sapato. Se tivesse dinheiro teria milhares, como não tenho, tenho alguns comprados com muito amor e carinho. Depiis que fiquei 20 dias com o dedão imobilizado "panhei" mais amor ainda por eles.
Eu amo muito os meus sapatos( com ou sem salto), as botas, as rasteirinhas e minhas havaianas. Adoro olhar todos os dedinhos espalhados na havaiana. Só para avisar a coleção aumentou. A tentação foi maior e comprei mais um sapatinho. Eta vício.
Dorotéia ... mas tu escreve que é uma coisa! Ô história gostosa de ler ... Ô anônima aê ... que número vc calça? E você Nina? Porque do jeito que eu detesto sapato, eles ficam todos novinhos novinhos novinhos guardadinhos até alguém um... Meus tênis? Como assim tênis?
Eu amo meu allstar azul. Cano longo, estilo basqueteira. Tenho um bege também super chic ~esse chegou de sedex, enviado por uma amiga. Detesto trabalhar de rasteirinha. Só gosto de trabalhar com o pé tapado.
37 ou 38 Carminha ! rsrsrsrs
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