sexta-feira, 20 de maio de 2016

Mas ele precisa.

Chuva e frio em Curitiba. Nada de novo numa cidade que tem o apelido de Chuvitiba.

Mas antes de chover, eu e Pandora fomos fazer a nossa caminhada rotineira. Aproveitamos para ir conhecer uma nova creche para cães aqui perto de casa. A gente já tem o relacionamento com uma aqui, mas uma vizinha falou tão bem que fomos dar uma olhada.

Adendo sobre creche para cães: aqui, nessa família não é uma gourmetização da guarda dos pets, é um jeito de mostrar para ela, sem risco aos outros, que ela não é unica, que precisa se socializar e assim acaba ficando uma cã mais calma e ciente do seu tamanho. Ela também precisa correr. E no espaço do prédio não é permitido. Na praça, se ela correr para rua, é atropelamento na certa. Enfim, até para os cães está complicado de se socializar na cidade... Por isso, a creche, uma vez por semana.

Pois bem, o espaço realmente é muito legal. Os cães ficam todos juntos. Tinha de golden a york, tudo tranquilo, brincando mesmo. Meio coisa de matilha: fica todo mundo indo de um lado para outro. Pandora ficou excitadíssima. Cheirou tudo, não sabia se ficava ou se ia embora tamanha a felicidade.
E fui conversando com a menina sobre os cercados que ela me mostrou, sobre o banho, sobre os dois monitores o tempo todo cuidando deles (pegando no colo, o que não acho adequado...).

O lugar é realmente uma fofice.

Aí ela foi me contando de cada hóspede. Desde esses pequeninos yorks, o border collie, a shitzu amigável, até um paulistinha branco com manchas marrons, muito fofo. Ele não se destacava na matilha. Ia e vinha com os movimentos do grupo, corria e brincava como todos os outros.
Ela me disse que esse paulistinha – que esqueci o nome – é muito hiperativo. Não para de jeito nenhum. Ele roeu, na última semana, todos os cabos de eletrônicos da casa. E que ele fica na creche umas três vezes por semana ainda. É castrado. Disse também, que a dona em concordância com a veterinária, está pensando em tratá-lo com fluoxetina.

Oi?

Minha reação foi involuntária. Foda quando isso acontece. Eu arregalei os olhos e disparei:

- Mas Santo Deus! Fluoxetina para o cão que quer atenção, brincar? Porque não pensam em adestrar?
Já tinha saído. Sim, me arependi porque eu não tinha nada a ver com aquilo.

A menina responde meio assustada com a minha reação, mas sem grandes compromissos:
- Ah, eles não têm tempo, né?

Meu, que bosta de sociedade estamos construindo na qual alguém adota um cão, não tem tempo para cuidar, daí resolve medicalizar porque o cão não está nos padrões de comportamento “lap-dog”?  Já há uma imensa discussão sobre a medicalização da educação em crianças e agora sobra pros caninos também?

Tristeza.

Eu sei, eu sei que estou julgando sem conhecer a situação, sem ser veterinária, sem saber ao certo do que o paulistinha é capaz. Mas o que a gente tem visto de dotô por aí socando remédio em todo mundo, não está escrito. E a culpa não é deles, não, bem sei. É de uma sociedade que precisa enquadrar tudo em um determinado padrão. A gente achou que tinha superado isso. Pelo jeito não. Criança precisa se comportar. Cão precisa se comportar. Idoso precisar se comportar. Só o adulto pode continuar fazendo besteira...


Nessas horas eu lembro dos pinguins de Madagascar: sorria e acene.


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2 Comentários:

Blogger Dorotéia Sant'Anna disse...

Puts!!!

28.5.16  
Blogger Marina disse...

Olha, esses pelo menos estão pensando numa solução. Ridicula, claro. Mas estão. Eu vejo aqui todos os dias gente doando seu cão porque ele late, destrói coisas, solta pelo, ocupa o tempo demais ( e agora os donos tem bebê pra cuidar)...sem falar quando não soltam na rua, simplesmente. Outro dia bati boca com um sujeito que me disse ser normal deixar na rua. melhor que matar! Oi?????????? pra onde estamos indo?????

31.3.17  

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