Mas ele precisa.
Chuva e
frio em Curitiba. Nada de novo numa cidade que tem o apelido de Chuvitiba.
Mas antes
de chover, eu e Pandora fomos fazer a nossa caminhada rotineira. Aproveitamos
para ir conhecer uma nova creche para cães aqui perto de casa. A gente já tem o
relacionamento com uma aqui, mas uma vizinha falou tão bem que fomos dar uma
olhada.
Adendo
sobre creche para cães: aqui, nessa família não é uma gourmetização da guarda dos pets, é um jeito
de mostrar para ela, sem risco aos outros, que ela não é unica, que precisa se
socializar e assim acaba ficando uma cã mais calma e ciente do seu tamanho. Ela
também precisa correr. E no espaço do prédio não é permitido. Na praça, se ela
correr para rua, é atropelamento na certa. Enfim, até para os cães está
complicado de se socializar na cidade... Por isso, a creche, uma vez por
semana.
Pois bem, o
espaço realmente é muito legal. Os cães ficam todos juntos. Tinha de golden a
york, tudo tranquilo, brincando mesmo. Meio coisa de matilha: fica todo mundo
indo de um lado para outro. Pandora ficou excitadíssima. Cheirou tudo, não
sabia se ficava ou se ia embora tamanha a felicidade.
E fui
conversando com a menina sobre os cercados que ela me mostrou, sobre o banho,
sobre os dois monitores o tempo todo cuidando deles (pegando no colo, o que não
acho adequado...).
O lugar é
realmente uma fofice.
Aí ela foi
me contando de cada hóspede. Desde esses pequeninos yorks, o border collie, a
shitzu amigável, até um paulistinha branco com manchas marrons, muito fofo. Ele
não se destacava na matilha. Ia e vinha com os movimentos do grupo, corria e
brincava como todos os outros.
Ela me
disse que esse paulistinha – que esqueci o nome – é muito hiperativo. Não para
de jeito nenhum. Ele roeu, na última semana, todos os cabos de
eletrônicos da casa. E que ele fica na creche umas três vezes por semana ainda.
É castrado. Disse também, que a dona em concordância com a veterinária, está
pensando em tratá-lo com fluoxetina.
Oi?
Minha reação
foi involuntária. Foda quando isso acontece. Eu arregalei os olhos e disparei:
- Mas Santo
Deus! Fluoxetina para o cão que quer atenção, brincar? Porque não pensam em
adestrar?
Já tinha
saído. Sim, me arependi porque eu não tinha nada a ver com aquilo.
A menina
responde meio assustada com a minha reação, mas sem grandes compromissos:
- Ah, eles
não têm tempo, né?
Meu, que
bosta de sociedade estamos construindo na qual alguém adota um cão, não tem
tempo para cuidar, daí resolve medicalizar porque o cão não está nos padrões de
comportamento “lap-dog”? Já há uma
imensa discussão sobre a medicalização da educação em crianças e agora sobra
pros caninos também?
Tristeza.
Eu sei, eu
sei que estou julgando sem conhecer a situação, sem ser veterinária, sem saber
ao certo do que o paulistinha é capaz. Mas o que a gente tem visto de dotô por
aí socando remédio em todo mundo, não está escrito. E a culpa não é deles, não,
bem sei. É de uma sociedade que precisa enquadrar tudo em um determinado
padrão. A gente achou que tinha superado isso. Pelo jeito não. Criança precisa
se comportar. Cão precisa se comportar. Idoso precisar se comportar. Só o adulto pode continuar fazendo besteira...
2 Comentários:
Puts!!!
Olha, esses pelo menos estão pensando numa solução. Ridicula, claro. Mas estão. Eu vejo aqui todos os dias gente doando seu cão porque ele late, destrói coisas, solta pelo, ocupa o tempo demais ( e agora os donos tem bebê pra cuidar)...sem falar quando não soltam na rua, simplesmente. Outro dia bati boca com um sujeito que me disse ser normal deixar na rua. melhor que matar! Oi?????????? pra onde estamos indo?????
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