sábado, 27 de junho de 2009

Notícias do frio

Patrícia chamou no msn agora à noite, às 22:30. Recebera um telefonema pedindo ajuda para Lara* uma das adolescentes que encontramos nas ruas e uma das nossas fontes e personagem durante reportagem sobre a prostituição de crianças e adolescentes.
Lara foi internada no Hospital Universitário com dependência de crack. Será levada para Porto Alegre amanhã pela manhã.
A irmã, angustiada, conta que a menina vendeu todas as roupas para comprar droga. Hoje pediu socorro e foi levada ao HUSM com uma blusa de lã e um chinelo de dedo da irmã para não ficar descalça. O termômetro aqui marca 4º. A internet funciona para acionar uma rede mínimamente fraterna - chamo a Fran que rapidamente se agiliza e em uma hora recolhemos roupas e sapato. Quase meia-noite quando Patrícia passou aqui para pegar a última leva. Uma hora depois me ligou e disse que Lara está incomunicável e dorme, sedada. Ia avisar a irmã que as roupas foram deixadas no hospital. Quando a conhecemosm Lara tinha 17 anos. Era uma das muitas meninas cujos destinos são a beira das estradas,as boléias de caminhão ou as ruas desde muito cedo. Ela começou aos 13. Há dois anos perdemos o contato com elas. Há muitos outros anos, a sociedade vem desfazendo o vínculo com os mais frágeis socialmente.
Nessa semana, o ministro Arnaldo Esteves Lima do Supremo Tribunal da Justiça, relator do processo que negou a condenação de dois homens que pagaram para fazer sexo com duas meninas, à época com 12 e 13 anos, no Mato Grosso do Sul, manteve a decisão, alegando que ser "cliente ocasional" e pagar o sexo não constitui existência de crime. E que a prostituição é a mais antiga das profissões.
Condenou sim às meninas... as de lá, as de cá, as do Brasil. É a condenação da infância e do nosso futuro. Impossível esquecer os depoimentos dados. Impossível esquecer a sentimento de abandono das crianças levadas aos tribunais e serem tratadas como adultos criminosos. Impossível calar diante do abuso, do cinismo! Impossível não fazer nada! * Lara foi o nome fictício que usamos à época ao publicarmos a reportagem, visando protegê-las.

Marcadores:

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial












A chic é Rosana
Não usa pretinho
pra não dar pinta





Denis
coluna tranqüila
e coração ereto






Tássia
pin up e lambe-lambe
Lambe cria






Dorotéia
só escreve em italic







Paula Bolzan






Nívea Bona
Marca compasso
Vem pro abraço






Marina Victal
Mineira apresenta armas
Espada em punho








Melhores de 2008
Em 2009 eu vou...
Melhores de 2009
Em 2010 eu vou...
Melhores de 2010
Em 2011 eu vou...
Melhores de 2011
Em 2012 eu vou...
Melhores de 2012
Em 2013 eu vou...
Enviado Divino
Meu Primeiro Professor









    I Clichê


    II Clichê


    III Clichê


    IV Clichê


    V Clichê


    VI Clichê




      Assinar
      Postagens [Atom]