tag:blogger.com,1999:blog-76222583223221153432024-02-19T12:47:27.560-03:00Divinas e CrueisAméliahttp://www.blogger.com/profile/12237900738090920551noreply@blogger.comBlogger1695125tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-64059606914290885132023-03-01T14:22:00.006-03:002023-03-01T15:31:06.780-03:00Sobre o tempo, a memória e a saudade<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.5pt;">Tempo,
tempo, tempo-rei. E de boa parte dele restam apenas indícios de histórias vividas,
registros em forma de palavras e imagens geradoras de memórias múltiplas. Tempo
de viver, tempo de lembrar.</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.5pt; line-height: 115%;">Já
por aqui é tempo de limpar e colocar fora tudo aquilo que não faz mais sentido
- concreta e simbolicamente. Quem esteve ou está em torno da vida acadêmica
sabe que papel parece se reproduzir por conta própria, e com celeridade. São
acúmulos de pastas, arquivos, blocos, folhas, agendas, cópias, cadernos,
apontamentos, artigos guardados para se ler depois os quais nunca mais foram
tocados, sequer lembrados. Então, tudo aquilo que não puder ser reciclado está
destinado à fogueira de Hestia*. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.5pt; line-height: 115%;">Mas
entre aquilo que se descarta e o que se reencontra estão muitas notas pessoais.
Uma delas me devolveu a presença imaginária e saudosa de um amigo querido que partiu
há cerca de uma década. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.5pt; line-height: 115%;">Soou
estranho ter localizado tais escritos justamente depois de ter chegado do
Paraná. Anos atrás fui àquele estado neste mesmo período. Ainda na estrada
recebi a notícia da morte de Victor, vitimado em um estúpido e patético acidente
de trânsito. Foi um choque e precisei confirmar o que soava como desolador.
Victor Folquening partiu num momento feliz e produtivo. Estava fazendo o seu doutorado,
era um pesquisador brilhante, decidira casar e pretendia ter um filho.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.5pt; line-height: 115%;">Temos
um tempo de vida com as pessoas. Pode ser curto ou mais longo, mas sempre soará
insuficiente no momento em que alguém próximo partir. Trago aqui o registro
desta memória marcada, hoje, pela saudade. Naquele momento, era perplexidade e
dor da ausência. Foi escrito em abril, reinício do ano letivo. Ei-lo!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.5pt; line-height: 115%;">“Volto
à Unisinos depois de novembro. É boa a sensação de estar de volta ao ambiente
acadêmico, no entanto, é impossível não sentir o Victor por aqui. Parece que em
cada canto, em cada corredor, vou entrar e me deparar com ele. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.5pt; line-height: 115%;">Estou
sentada junto às mesas do café da biblioteca. Quantos cafés tomamos aqui! Quantas teorias entre livros e quantas
conversas sobre a vida, os relacionamentos, os trabalhos, filhos e não filhos
brotaram espontaneamente, mas com certa urgência. Talvez hoje eu entenda que
tal urgência era necessária. O tempo era curto para ele e com ele.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.5pt; line-height: 115%;">Hoje
o tempo está impregnado pela memória da sua presença. Todos nós sentimos da mesma forma. Sirvo um café. A última vez que nos vimos foi
nesse mesmo lugar e, nesta mesma mesa onde estou, ainda que não intencionalmente.
Era o único lugar vago quando cheguei.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.5pt; line-height: 115%;">Mais
um café antes de seguir a minha jornada por aqui. Preciso cumpri-la. A dele foi
interrompida e ele faz falta, porque tinha a capacidade de tudo impregnar com
intensidade. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.5pt; line-height: 115%;">Penso
que todos que convivíamos com ele estamos repletos de memórias, de ideias, da
sua paixão pelo humano e suas facetas. Victor era o mais brilhante entre nós. Curioso
e corajoso, não se negava ao mundo nem ao outro e o fazia com uma sensibilidade
comovedora. Desafiava e investigava de modo instigante. Faz falta a sua
diferença e vivacidade. Era rara a sua
capacidade de transitar e se posicionar diante de temas e sujeitos controversos.
E o fazia sem perder o fio da sua racionalidade ágil e lúcida. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 13.5pt; line-height: 115%;">Nem
sempre era entendido e aceito por isso, vivia de modo inquieto e urgente Ainda
assim, percebo que nos tornamos melhores por conta dele. E precisava registrar
isto como se, em algum lugar, ele pudesse ler e precisasse saber o quanto fez
diferença ao conviver entre nós. ”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoFooter" style="margin-left: 36pt;">* Hestia – deusa grega do fogo, protetora
das cidades, da família e dos lares</p><p class="MsoFooter" style="margin-left: 36pt;">** Estou postando , mas o texto é da pró...agora ex-pró (graçadie) Rosana.</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-43765467406345492902019-10-09T10:59:00.001-03:002019-10-09T10:59:24.490-03:00<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Do passado (da coleção, o que já existiu)<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXivNHmaK_Qx4oMXJJN5m9m6Lwe59MO1ke5vjSU_1HfyAcNC3vMqVbz9pDSPzucH_Z8UU_lda46dAkJRzj0wEJXOaIsNv_fbRIfXj6cQfFbDdnL5b7y3QdzNZ5ie60Ux1CU8Q2VS-oMigl/s1600/P_20191009_102051.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="112" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXivNHmaK_Qx4oMXJJN5m9m6Lwe59MO1ke5vjSU_1HfyAcNC3vMqVbz9pDSPzucH_Z8UU_lda46dAkJRzj0wEJXOaIsNv_fbRIfXj6cQfFbDdnL5b7y3QdzNZ5ie60Ux1CU8Q2VS-oMigl/s200/P_20191009_102051.jpg" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ela olhou para ele. E teve medo de esquecer e torceu o corpo
todo para vê-lo ainda e outra vez - nunca era demais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Faz tanto tempo e parece ontem. Frase feita, amor desfeito. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">A amiga disse ‘quem diria que foi tão intenso?’. Ela pensou
e corrigiu internamente, ‘não foi intenso, foi profundo’. Ela tinha perdido a
identidade de tanto amor, de tanto cuidado. Ficou sozinha, vagando pela casa
vazia. Tudo escuro, a cama uma toca, na sala o cadáver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O cheiro pelo mundo todo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ela tinha velado, velado a fio os anos e nada dele ser
enterrado. Velado e nada pode fazer, que não evitar pisar sobre ele, passar ao
longo das suas pernas, respeitar as flores mortas que cobriam os seus pés. Ela
não podia fazer nada que não esperar que ele simplesmente se desfizesse no ar,
comido por todos os desgostos e sonhos moribundos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E ele morria, mas não respeitava os sete palmos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">-Que nada! Fica tocando a mesma música que ninguém ouve.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Só ela ouvia tudo sem querer, lá no fundo do coração, no
fundo onde fica a lama, o poço da água que não se mexe, estava tudo lá: o
defunto, a câmara escura, as flores mortas, os pés sujos, o breu, o olhar que
não se despede.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E não foi por falta de bater na porta, de levar
correspondência para ver se havia algo que podia ser saudade. Aguentou demais,
falou de menos, perdeu tudo. A força mingou e o sal do choro tomou conta do
sono, da roupa e encharcou o passo. Ensopou o caminho e tardou o fim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quem olha de longe vê a lâmina d’água que não esconde sua
extensão e chega a cegar a vista, tão longa e reluzente. Da última vez, ela
sentou na borda sem força para tocar naquela água, naquele que era o mar da sua
tristeza. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">O choro ali não era chorado, mas transbordado, extravasado.
Nem choro era. Era vertente, nascente ou morrente – um território inóspito de
cheiro metálico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ela tinha chorado tudo ali e nada morria – vertia, fluía
como desespero líquido, angústia corrente. Não morria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">-Acho que a morte não me quer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Talvez não tenha competência para morrer, nem para deixar
que morra. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Cortar, podar, aguar, magoar e seguir. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Destinada a vida, mesmo que doa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: red; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">-E como dói.</span><o:p></o:p></div>
<br />Paula Bolzanhttp://www.blogger.com/profile/15078609811545900427noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-75478025373520557952018-06-11T00:54:00.000-03:002018-06-11T00:54:45.586-03:00Partidas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwzu7KYD_A_uVavjDUy1vCcbMehc4KZcEhcEKRdSAX_foVSFMGWnOaHX2fhiv7tdVHPjw1s3Y9SjE5idFJPAlkopUJMaXk1vUeVmCx-t8zTrBxILix0u9qndGrLeu9pbXNqYpOwfw84W4/s1600/fabi.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwzu7KYD_A_uVavjDUy1vCcbMehc4KZcEhcEKRdSAX_foVSFMGWnOaHX2fhiv7tdVHPjw1s3Y9SjE5idFJPAlkopUJMaXk1vUeVmCx-t8zTrBxILix0u9qndGrLeu9pbXNqYpOwfw84W4/s320/fabi.jpg" width="240" /></a></div>
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Meu amigo foi embora. E foi uma partida "tão quase de repente" que nos deixou atônitos.</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Num curto espaço nos deu muitas lições: a de que a esperança nos sustenta, mesmo que não se concretize o esperado; a de que a gente torce e pede um tempo a mais para aqueles de quem gostamos e desejamos boas coisas; a de que nunca iremos entender alguns descaminhos; a de que o bom humor em algumas pessoas é uma constante até o final; a de que é possível morrer com lucidez; a de que os bons amigos se revelam nas horas difíceis e, por fim, a de que cultivar amigos é uma coisa que ele realmente sabia fazer. Suas histórias estão sendo reunidas num memorial virtual no facebook. É o lugar da memória, da saudade, do choro da saudade, da despedida que não houve, mas, acima de tudo, de dizer o quanto gostamos desse sujeito que nos deixou tão cedo.</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A foto é da Fabiana Menine que achou um jeito doce de se despedir do pai.</span><br />
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-75172298976245795912018-04-05T05:02:00.000-03:002018-04-05T05:05:26.379-03:00Feliz aniversário, Dna Bona!<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<i><span style="color: #76a5af; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;">Faz tempo que não venho aqui. Aliás, faz tempo que nenhuma Divina passa por aqui - estão Cruéis como os tempos atuais! </span></i><br />
<i><span style="color: #76a5af; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;">Acontece que hoje fui intimada pela patroa: " - Dorô, faz um bolo para a Nívea. E tem que ser um bolo igual a ela! "</span></i><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><i><span style="color: #76a5af; font-family: inherit;">Como assim, cara pálida???!!!! </span></i><i><span style="color: #76a5af; font-family: inherit;">Nem me ouviu e foi cantando a receita...</span></i></span><br />
<i><span style="color: #76a5af; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;">" Faz um bolo irreverente. </span></i><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><i><span style="color: #76a5af; font-family: inherit;"> Foge das receitas prontas e põe</span></i><i><span style="color: #76a5af; font-family: inherit;"> ousadia na massa. </span></i><i><span style="color: #76a5af; font-family: inherit;">Mistura ingredientes diversos, mas sem perder a consistência. </span></i></span><br />
<i><span style="color: #76a5af; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;">Coloca muita cor nessa mistura e assegura que fique doce na medida. Nem mel demais, nem de menos. No ponto! </span></i><br />
<i><span style="color: #76a5af; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;">Usa ingredientes naturais ( fundamental!) e coloca frutas silvestres, porque ele também tem que ter o sabor cítrico da natureza selvagem.</span></i><br />
<span style="color: #76a5af; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><i>Enfeita porque tem que ser bonito. Mas cuidado! Nada de decoração clássica! </i></span><br />
<span style="color: #76a5af; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><i>Movimento, tem que ter movimento!!!</i></span><br />
<span style="color: #76a5af; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><i>Ah! E uma pitada de cacau, porque tenho certeza de que ela não vive sem um chocolate!!!</i></span><br />
<span style="color: #76a5af; font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><i>Se vira, Dorotéia!!!"</i></span><br />
<span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif; font-size: large;"><span style="color: #76a5af;"><i><br /></i></span>
<span style="color: #76a5af;"><i>Está aí Dna Bona! Espero que a senhora goste! Feliz aniversário!!!</i></span></span><br />
<span style="color: #76a5af;"><i><br /></i></span>
<span style="color: #76a5af;"><i><br /></i></span><i><span style="color: #76a5af; font-family: inherit;"></span></i>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<i><span style="color: #76a5af; font-family: inherit;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg15MvWD8gmvF1FQmJ-_zvcFDTXLryVkqsY2SRafvRWTce7WuwsWxZR9EUmxJ8otPBLorI8Yl4ASBCw0RpWstjnwHuoCkbz1BTeVoZtTEQ6EbdxisxaNK_6G9HLoUlozdGKDMa5Imd94OY/s1600/bolo2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="685" data-original-width="630" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg15MvWD8gmvF1FQmJ-_zvcFDTXLryVkqsY2SRafvRWTce7WuwsWxZR9EUmxJ8otPBLorI8Yl4ASBCw0RpWstjnwHuoCkbz1BTeVoZtTEQ6EbdxisxaNK_6G9HLoUlozdGKDMa5Imd94OY/s400/bolo2.jpg" width="367" /></a></span></i></div>
<br />
<br />
<br />
<i><span style="color: #45818e; font-family: "times" , "times new roman" , serif;">PS: Nem sei mais usar esse template... estou usando o espaço da patroa porque não deu tempo de buscar o meu!</span></i></div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-84401614820259621162017-10-19T21:24:00.002-03:002017-10-19T21:24:48.345-03:00U2 na minha cozinha<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Quem me conhece
sabe que a única banda que me faz viajar para ir a um show é o U2. Isso dito,
preciso ponderar um pouco sobre estar longe de todo mundo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Esse ano e
pouco que completei morando fora me mostrou algumas coisas das quais eu sinto
falta. Não está sendo necessariamente fácil, mas sei que não posso reclamar. Sinto
falta da minha família. Normal. Sinto falta de dar aulas. Normal também. Tudo é
processo. Eu estava preparada para isso. É tudo sentimento que a gente vai ter
que ir lidando e pronto. Mesmo assim, posso dizer que esse último semestre eu
tive uma imensa frustração. Pensei que morando por aqui ia ser mais fácil. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Teoricamente seria. U2 fez show a 5 horas da minha casa. E estava barato. E não
foi só o show deles. O The Luminers, banda pela qual começo a desenvolver certo
“crush”, abriu o show. E eu não pude ir. Juro que calculei todas as maneiras
possíveis de ir. Mas tinha que trabalhar. Não, o pensamento de faltar ao
trabalho não estava na lista porque se meu senso de responsabilidade já era
alto, aqui fica ainda mais comprometido imersa em uma cultura do compromisso. Pois
bem, foi em Boston e New Jersey. Tentei de tudo. Até aventei a possibilidade de
avião fretado, mas ainda assim não daria tempo de chegar e ver todo o show além
de custar todas as minhas reservas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Me
conformei. Não sem dor. Falei para mim mesma o que falo para filhos e alunos:
a vida é feita de opções. E escolhi ser
responsável. É muito difícil eu levar frustração para vida, mas essa ficou
marcada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Pois bem, a
saudade não deu trégua também. Graças ao bom pai que criaram toda essa
tecnologia e posso pelo menos falar com minha família e amigos com frequência.
A frequência é diária com a minha irmã e com o filho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">E como o
mundo dá umas voltas que a gente nem imagina minha irmã acabou fechando um
trabalho exatamente no show do U2 em São Paulo. Ela não ia trabalhar lá e não
ia no show, e de repente ela está trabalhando no show. Comemorei como se fosse
comigo. Mas o melhor de tudo foi receber agora, pelo whats um áudio do With or
without you, pensando que eles estão lá tocando. E eu aqui, de pijama, no meio
da cozinha, ouvindo. Amor explica. Obrigada, ermã!<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-9161331471324145172017-03-31T18:05:00.003-03:002017-03-31T18:05:48.212-03:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-HuL3gTRdKJBP_XfZvHHvfyvJJdRycXdDUEo5JDXGwbe0_mQfhKT7ezjOJxoZXPzwyMJTWCcwIum9xiBJypPlFrYpAu7PksP0dHRLXbgZu8bDeX0rXxKjCcMnWugNOE6uP_DBVYoMr_E/s1600/FERIAS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-HuL3gTRdKJBP_XfZvHHvfyvJJdRycXdDUEo5JDXGwbe0_mQfhKT7ezjOJxoZXPzwyMJTWCcwIum9xiBJypPlFrYpAu7PksP0dHRLXbgZu8bDeX0rXxKjCcMnWugNOE6uP_DBVYoMr_E/s320/FERIAS.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
Eu vou ficar</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Estou saindo de férias hoje. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
As pessoas no trabalho engatam uma pergunta na outra,
automaticamente: Tá saindo de férias? Vai viajar? Pra onde?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não, gente, não vou viajar. Vou no máximo dar uma fugida
aqui por Minas mesmo, num fim de semana. Não, não tenho dinheiro. E recebo
olhares que variam de assustados a penalizados. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Olha, eu sei o quanto é legal viajar, conhecer lugares
novos, tipo Europa e coisa e tal. Mas eu não vou morrer por isso. Sei que não
são as primeiras férias que passo sem grana e provavelmente não serão as
últimas. Mas eu vou ter uma coisa deliciosa: tempo. Tempo pra cuidar de mim, da
minha casa, dos meus bichos. Tempo pra ficar sozinha e pra ficar com os amigos.
Tempo pra ficar em paz. Tempo pra ficar.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Marinahttp://www.blogger.com/profile/01170753789704484277noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-82712325466170455232017-03-26T12:37:00.003-03:002017-03-26T12:37:28.951-03:00À minha frente, gerúndio<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Está bem
difícil de manter a concentração nesses últimos... ãh... meses? Sim, meses. Não
perdi o jeito de estar em movimento sempre, de ir-indo, continuar-ando, ocupar-me,
fazer-endo, sempre no gerúndio. Mas é bem clara a minha falta de foco. Como ter foco
se nem sei quem sou mais?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Não, isso
não é uma crise. Não, não estou chorando e nem vou cortar o pulsos. Parece que
toda vez que dizemos que não sabemos quem somos o mundo vai ruir ao nosso redor
e todo mundo corre para acudir. Como assim você não sabe mais quem é????</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">É só se
perdendo assim que a gente percebe o quanto os vínculos formais são importantes
nessa nossa sociedade. Toda santa vez que tenho que preencher qualquer coisa como
pesquisadora me pedem a instituição da qual faço parte. Num faço parte e faço
parte ao mesmo tempo. Eu não tenho uma instituição para chamar de minha agora,
mas ao mesmo tempo posso emprestar vínculos aqui e ali, o que na verdade não
seriam vínculos. Sinto que minto. Mas o formulário não abre espaço para eu
explicar essas coisas. Várias instâncias não abrem espaço para a gente explicar
a complexidade que é só ser.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O currículo
na internet não deixa a gente colocar lá: “fazendo outras coisas que não
possuem ligação com a profissão mas me transformam numa pessoa melhor”.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Ao mesmo
tempo ando tão ocupada. Tão descobrindo vários mundos. É como se estivesse em
frente à uma encruzilhada e houvesse vários caminhos me chamando, todos tão
sedutores. E é ruim saber que entrar em uma das estradas significa dizer não
para as outras. Todas são lindas! Acho que nos últimos meses peguei um banquinho e sentei na
encruzilhada. Flerto com todas as estradas. Aceno. Sorrio. Converso com quem
passa, mas não sigo. Fico ali. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">E saindo
dessa metáfora me encontro, na realidade, frente a diversos mundos. Meus livros
finalmente chegaram. Que difícil terminar de revisar esse texto no computador porque
agora eles estão todos à minha frente, sussurando como várias sereias sedutoras:
me leia... Tenha ideias comigo... Folheie minhas páginas... </span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhari0_uz4rZxiNoTWYsR7qxpICdoTVPWkLOQNBI0mRaXftn_BhyEip4kCsrb6XVG2AmCNF6MsrukUG0qVBT51I7Or4XzmIGfGqElESuNfO0HmSc4G0fzmSYAuoa0Ef2Fr2gh4Mpvh2Hh4/s1600/2017-03-26+11.19.54.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhari0_uz4rZxiNoTWYsR7qxpICdoTVPWkLOQNBI0mRaXftn_BhyEip4kCsrb6XVG2AmCNF6MsrukUG0qVBT51I7Or4XzmIGfGqElESuNfO0HmSc4G0fzmSYAuoa0Ef2Fr2gh4Mpvh2Hh4/s320/2017-03-26+11.19.54.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Meu cantinho quase todo arrumado, com as sereias cantando...</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Um amigo me
perguntou ontem se estou feliz. Bah, que difícil responder. Mas afinal a que
padrão de felicidade ele se refere?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"> Estou onde escolhi estar. Descobrindo quem
somos nós todas. Todas as eus aqui dentro. Ele foi colo: "sei como é. Aproveite, é um
momento único". </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Não ter
certeza faz um bem danado, ao mesmo tempo desencaixa a gente do mundo ali fora
e nos convida a diversos outros mundos criados ou construídos na imaginação. E
aí a gente vai continuando nesse gerúndio, porque parar é pra quem está morto.
Não é? </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-19736028322877028322017-03-23T08:30:00.001-03:002017-03-23T08:30:07.871-03:00Sobre quem grita e quem é surdo<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Sempre ouvi amigos que moram próximo a igrejas reclamarem: é
uma cantoria sem fim, uma gritaria, um horror!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu me mudei há cerca de um ano pra um prédio que fica quase em
frente a uma pequena igreja evangélica. Pensei do alto do meu convencimento de
pessoa desencanada e tolerante: não tem problema. Eu respeito todas as
religiões e coisa e tal...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A igrejinha abre três vezes na semana. E sempre terminam seus
cultos antes das 22 horas. Lá de casa escuto músicas lindas, algumas que até me
lembram meus tempos de frequentadora da igreja católica na adolescência. Fico
lá de casa cantando. Às vezes aproveito pra fazer uma oração. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas ontem minha tolerância foi colocada à prova. Foram mais de
30 minutos de gritaria. Gritaria mesmo: “Meu pai! Meu Senhor! Senhor Nosso
Deus! Vem meu Deus! Escuta seus filhos!” E mais um monte de outras frases que
eu não consegui identificar. Acabou-se minha compreensão e meu respeito. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Gente do céu, eu quase fui pra janela perguntar: </span><span style="background: white; color: #1d2129; font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Deus é surdo?
Porque se for eu tô falando na altura errada com ele há mais de 30 anos...</span><span style="font-family: "Times","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
Marinahttp://www.blogger.com/profile/01170753789704484277noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-51573667990627800882017-03-15T10:33:00.000-03:002017-03-15T12:38:02.745-03:00Como lidar com haters: lições de abroad<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Eu não sei se é a
frieza e racionalidade americanas que ajudam, mas tenho percebido que a galera
aqui lida muito bem com os haters das redes sociais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Há tempos que venho
tentando diligentemente evitar as caixas de comentários de determinados jornais
brasileiros, porque elas mostram exatamente o reflexo do congresso nacional (em
minúscula, sim, porque dá para protestar com gramática) no povo. Ou o povo que
elege esse congresso do século passado. Semana de luta do dia da mulher, muitas
ações no mundo todo e o que se ouve da presidência atual é que mulher é determinante
para os lares e para a economia: quando controla o preço das coisas no mercado.
Não é só decepcionante. É afrontante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">E aí qualquer postagem
em rede social vira uma super disputa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Exatamente porque eu
estava pesquisando a Women´s March que aconteceu aqui nos Estados Unidos um dia
depois da posse do outro misógino, eu resolvi dar uma geral em postagens que
falavam sobre o dia da mulher.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No mundo todo, quem
pode, fez greve para mostrar onde estamos inseridas. Em uma dessas postagens
sobre a greve, um idiota comenta numa página no Brasil: “espero que elas tenha deixado o
almoço pronto antes de ir para o protesto”. Qualquer mulher teria o sangue
fervendo com um comentário desses, mas o que é determinante, é como você age em
relação a isso. Mantendo meu padrão masoquista, segui as respostas que a mulherada deu para esse
comentário: “puxa, não sabia que você não sabia cozinhar”; “cara que pena,
deixaram o almoço pronto e ainda assim tiveram tempo para sair. E você, que não
consegue coordenar uma louça na pia?”... E o festival de respostas para o moço foi longe. Eu balancei a cabeça.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Durante a disciplina
que fiz sobre escrita aqui em uma faculdade local, discutimos muito os discursos
de ódio nas redes sociais e fora delas. E uma das sacadas masters que eu tive
durante aquele debate é que nosso comportamento para combater preconceitos e
ódios em geral, deve ser exatamente o oposto quando se trata de mundo concreto
e mundo virtual (sei que o conceito precisa ser melhorado, mas vamos seguindo pelo senso
comum). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">No mundo concreto a
gente precisa peitar. Sempre com comunicação não violenta, com comportamento
civilizado sempre que der, mas peitar. Levantar a voz e dizer claramente: “não
gostei dessa sua piada. Ela é agressiva com as mulheres loiras. Tenho muitas na
minha família. Se me der licença me retiro, prefiro não ouvi-las.” Ou ainda: “não entendi
porque você diz que sua mulher não é capacitada para levar o carro para a
oficina. Porque ela não seria? Ela tem algum tipo de necessidade especial?”, ou
ainda, “Tio, por favor, eu quero ouvir a opinião da tia sobre isso. A sua eu já
sei. Obrigada”. Eu sei. É difícil. Mas é um jeito bem interessante de barrar certos
ódios naturalizados e mostrar que não, isso não é normal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Já nas redes sociais a
gente precisa matar o hater pela inanição. Sim! Um hater é alimentado nas redes
sociais por publicidade. Quanto mais gente dá atenção ao infeliz, mais
publicidade ele tem. Se alguém se digna a ofender as pessoas atrás de um
computador, é porque essa pessoa realmente precisa de algum tipo de proteção, mas mais ainda, precisa de atenção. E a gente é muito trouxa quando os
responde. O que aconteceria com o moço do “almoço” se ninguém o respondesse? Se
ninguém tomasse conhecimento que ele foi lá fazer aquele comentário? Será que
ele não iria juntar suas trouxas e se retirar?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Tenho notado esse
comportamento por aqui. Desenvolvi uma pesquisa sobre a comunicação da Women´s
March no nível nacional e local. Queria comparar que tipo de forças juntaram tantas
mulheres em tão pouco espaço de tempo. Queria saber como a comunicação foi coordenada para manter tudo mundo na mesma página. E, claro, precisei ler muitas postagens.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A minha percepção é
enviesada e talvez não seja um exemplar do que é o todo, mas notei que os
haters, quando aparecem, não são respondidos. Há questionamentos sérios em
relação à conduta política das líderes da marcha, interessantes contrapontos,
mas esses comentários idiotas, só para causar mesmo, não são respondidos em
massa. Uma ou outra pessoa diz algo, mas não há um debate infantil do tipo: “é,
não é, é, não é”. Pessoal simplesmente não responde. E daí a pessoa some.
Porque não tem eco.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Ontem eu estava
publicando em um grupo de ajudas, vendas e trocas locais, li alguns posts e
notei de novo. Um deles era de uma senhora procurando um encanador, explicando
que são alguns vazamentos na casa dela, mas menores, que os encanadores em
geral negam esse tipo de serviço pequeno e que ela gostaria de saber quem
poderia fazer o conserto. Na postagem muita gente foi dando indicações do
marido, do vizinho (a comunidade é pequena aqui), de um encanador gente boa,
etc. E teve um infeliz que respondeu: “você”. Cara, minha alma latina com
sangue de Áries me chacoalhou inteira. Que tipo de gente estúpida o suficiente,
lê um post de alguém PEDINDO AJUDA e diz: resolva você mesmo. Sério. É de cair
o queixo. Minha vontade era dar um hadouken na pessoa pra ver se ela
acorda. Imagina só: eu, que não tinha nada a ver com o post, estava naquele
nervo. Perdendo energia porque um idiota resolveu ser idiota. E as pessoas do
post? Solenemente ignorando o infeliz. Simples. Ninguém respondeu, nem a dona do
post. Nada. Nem um curtir. Nem nada de nada. Simples. Foram direto para a
solução do problema e pronto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Eu sei que para nós, latinos, é complicado deixar barato. Entendi isso pela minha reação. Mas por
outro lado aprendi uma gigantesca lição: não se recompensa mau comportamento com
atenção nas redes sociais. É uma boa saída para matar o ódio sufocado mesmo.
Ele definha, encolhe sem o auê, sem a atenção geral. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Eu prometi, então, tentar como uma galera tem tentado firmemente: não ceder às tretas. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Começo na próxima
segunda-feira.<o:p></o:p></span></div>
Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-53820476629618280102017-03-03T22:06:00.004-03:002017-03-04T13:26:01.815-03:00Desabafo: que lugar mais parado no tempo é esse da escola...Desculpa, mas esse texto vai ser escrito com um pouco de raiva. Ou um monte dela.<br />
<br />
Há tempos estamos vendo vídeos de consultores famosos, de motivadores, de professores de universidades como Harvard apontando sobre o quanto a escola anda atrasada no seu modelo de funcionar frente a todas as outras instituições. Livros já foram escritos sobre isso.<br />
<br />
Cansei, quando trabalhava na universidade, de participar das mesmas monótonas semanas pedagógicas (para professores!) com apresentações sofríveis feitas no power point, que duravam mais de 3 horas e eram a coisa mais sonífera da face da terra. A ironia estava no assunto dessas apresentações: como deixar nossas aulas mais dinâmicas. Eu ria. E chorava, também, com a desgraceira que é esse nosso jeito de renovar as coisas. Ou de manter tudo como está.<br />
<br />
Na escola, ainda mais, a gente carrega o que conhece e o que domina como nossos "feudos" e quando vem alguém propor algo diferente, os primeiros a resistirem são exatamente os professores.<br />
<br />
Aliás, eu preciso registrar aqui que uma rara exceção dessas semanas pedagógicas eternas teve a intervenção de uma professora que dividiu os outros professores em grupos e aplicou as dinâmicas sugeridas para a sala de aula. Isso deve ter sido há uns bons 12 anos e eu ainda me lembro tanto dela, quanto da dinâmica, quanto até do lugar onde eu estava sentada naquela sala.<br />
<br />
É simples e está mais do que provado pela ciência: quando temos prazer na atividade, a gente aprende mais rápido!! Por que a escola insiste em apontar que aquilo que é maçante, sonolento, formal e quadrado ainda é o melhor para os alunos?<br />
<br />
Minha revolta vem do recebimento dos pareceres de dois livros didáticos que escrevi. O primeiro livro teve essas críticas enviadas há uns três meses e o segundo, que acabei de receber, as mesmas críticas: muito coloquial. Não sei quem são os pareceristas, mas gente mesmo da área, imagino, porque a editora não buscaria qualquer um.<br />
<br />
Quando expressei, no livro, críticas que faço em sala de aula à nossa profissão, os pareceristas subiram nas tamancas. Como assim criticar os colegas?<br />
<br />
O texto que fiz absolutamente dialógico, brincalhão e solto, mas com o conteúdo necessário, foi criticado como "muito informal, o que pode comprometer a credibilidade do material"...<br />
<br />
Sério mesmo? Sério mesmo que não é possível tornar o conteúdo mais leve, divertido, trazer os vocábulos do alunado para a publicação? Sério mesmo que a gente vai fazer dormir aquele aluno que trabalha o dia inteiro e estuda de noite, se esforçando ao máximo para prestar atenção? Sério mesmo que ainda vamos nos manter nesse pedestal de salameleques da academia que traz uma afetação desnecessária?<br />
<br />
Olha, não tenho dúvidas que, dessa maneira, a escola continuará a ser o lugar mais atrasado da nossa sociedade. Sabe o quê? Estou vendo até a igreja católica, como instituição, passando na frente da escola no quesito modernidade. Com esse papa Francisco e suas ideias? Não duvido nada!<br />
<br />
Vai vendo...Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-76845791754684632162017-03-03T00:27:00.001-03:002017-03-03T00:32:47.035-03:00 O Banho da Dorotéia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkRuU5UopkEQB46AzcgisbjaXuqbV3ngx-lBVSqqJDQYhbEDPlwG_ttOGOvK6d-HgPYESmg5FJHB0peiAzwZSTH6nr4FGByunD791YRAG-6dtbK092V1efKZHkQgrJWX7Ut8Eti0yiQiZ9/s1600/banho_da_doroteia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="262" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkRuU5UopkEQB46AzcgisbjaXuqbV3ngx-lBVSqqJDQYhbEDPlwG_ttOGOvK6d-HgPYESmg5FJHB0peiAzwZSTH6nr4FGByunD791YRAG-6dtbK092V1efKZHkQgrJWX7Ut8Eti0yiQiZ9/s400/banho_da_doroteia.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="color: #45818e; font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><i>Chegando agora por aqui. Ontem, a quarta de cinzas foi tão morrinhenta que o olho abria e tornava a fechar! Patroas em retiro e eu - não sou santa nem nada- me joguei em Ilhabela para o " Banho da Dorotéia"!</i></span><br />
<span style="color: #45818e; font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><i>Pensem! Tem algo mais genuíno, mais parecido comigo? Um povaréu de deus pai - porque sim, tanta gente junto querendo tirar a nhaca do ano passado (que ainda não acabou) tem que ser abençoada! Povo fica unido nessas horas e dá gosto rolar no meio!</i></span><br />
<span style="color: #45818e; font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><i>E eles, meninas?!!! Cada gato mais lindo do que o outro, tanta coxa de fora (de todos os naipes e tamanhos), tanto par de olho caliente...humm...sim! Desse tipo mesmo que você está aí pensando! Foi tanto pega, larga, empurra, puxa, mão aqui, mão ali, boca lá e vamos para o banho! Ai meus sais!!! Quem resiste ao convite " Dona Dorotéia vamos furar aquela onda?" Assim n</i></span><i style="color: #45818e; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">ão tem kráca que não desgrude!!! </i><br />
<i style="color: #45818e; font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Agora vou dar uma passadinha na Praia da Fome (fiquei com fome de quê?) com a Lola que fez a foto aí e ir de volta, né? E vou torcendo para que as patroas tenham voltado zen!!!</i><br />
<br />Dorotéia Sant'Annahttp://www.blogger.com/profile/00222083723364456991noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-65222277252321969952017-03-01T10:04:00.001-03:002017-03-01T10:04:13.273-03:00Um outro Carnaval <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWoa-LfEwNU7uyy5pNtJEea9uEB16eA2QkKEnHiAErL5auuXtI0UVKnRgJUdnIgHdCCnXit0Ca-lMi3fNnPXav6LVWmUTMHLyoihrvZobaGIc-9lbh3O15XHcAU1N5eZ_0-VUR7tjUraA/s1600/MAOS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiWoa-LfEwNU7uyy5pNtJEea9uEB16eA2QkKEnHiAErL5auuXtI0UVKnRgJUdnIgHdCCnXit0Ca-lMi3fNnPXav6LVWmUTMHLyoihrvZobaGIc-9lbh3O15XHcAU1N5eZ_0-VUR7tjUraA/s1600/MAOS.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Há 3 anos no dia 1 de março alguém me dizia: "seu destino hoje é meu". </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Começava ali um amor de carnaval que iria me tirar do prumo. Iria me trazer alegrias e claro, como todo carnaval, teria seu triste fim. Me ensinaria, entre outras coisas, que a gente nunca deve ficar ao lado de quem não nos assume....de quem não tem orgulho da gente. Nem um dia! </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">Vieram outras histórias, outros carnavais. E eu me tornei uma mulher melhor. Mais confiante.E se é pra ficar comigo, pegue na minha mão e desfile comigo pela avenida. Por um carnaval ou pela vida. Pra todo mundo ver.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span style="color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14px;">Marina Victal (Nina Rosa) </span></span>Marinahttp://www.blogger.com/profile/01170753789704484277noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-10932431914041348792017-02-28T19:36:00.000-03:002017-03-03T00:37:44.444-03:00Quatro dias sem folia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFIK1oikrPt-f1w1T9NCq_6mPMwYpwX_JtCJ-rfo6RT3Sa7wQxOJf6T-yKr8Me5yu5RepBm7Kp7woBtpaXFTcPpIDE_PPJBu_Gqc-SiogefyiR-htm7aGHjoD9zj4xkIAHTsvnnWc7Rbs/s1600/IMG-20150808-WA0004.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="384" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFIK1oikrPt-f1w1T9NCq_6mPMwYpwX_JtCJ-rfo6RT3Sa7wQxOJf6T-yKr8Me5yu5RepBm7Kp7woBtpaXFTcPpIDE_PPJBu_Gqc-SiogefyiR-htm7aGHjoD9zj4xkIAHTsvnnWc7Rbs/s640/IMG-20150808-WA0004.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Há um tempo em que se quer esquecer, justamente, do tempo. Nem nostalgia, nem rejeição à grande e, potencialmente, revolucionária festa que é o carnaval. Apenas o desejo de parar e descansar. E, ao contrário da grande massa gaúcha e argentina (nesse ano) que rumam, céleres, ao litoral gaúcho e/ou catarinenses, tomei a direção oposta. Como prêmio ganhei </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">uma</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> ensolarada manhã numa estrada quase vazia. </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Quatro dias sem pensar em coisas a fazer, em horários a cumprir, sem agito, sem fantasia, sem axé, sem samba no pé. </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> Muito zen? Muita preguiça? Alienação? Nada disso. Tempo de conversar, de mergulhar em águas tranquilas, de tomar sol limpando a piscina, de ler aquele livro que ficou iniciado na cabeceira da cama meses a fio, de desligar as redes sociais, de esquecer o noticiário na TV, de ouvir a rádio local com os recados entre ouvintes, de dormir sem horário para acordar.</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E para não dizer que fiquei alheia ao grande movimento, a banda baiana me representou!</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/pRvROyCefPo/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/pRvROyCefPo?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-42318028873573615902017-02-27T23:28:00.000-03:002017-02-27T23:28:01.468-03:00Vamos falar da Susan<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Ó, nem
sinal do carnaval por aqui. Nem Mardi Grass. Nem Veneza com ou sem máscara.
Nada. Nadinha de nada. Um pouco de neve derretendo lá fora. Para vir mais. Só.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">E assim,
não estou sentindo falta, não. Dia normal, sabe? Quase normal, porque depois
que vim para cá, rotina é o que menos tenho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Eu tinha
que fazer pesquisa e tals hoje, escrever em inglês, mas como toda boa
procrastinadora, estou aqui, indo e vindo em um artigo científico. Daí, pra
procrastinar mais, resolvi falar da Susan. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Faz tempo
que quero falar dela. Na verdade, porque queria saber cargas d´água o que a
coitada fez – ou deixou de fazer – para ser lembrada para todo o sempre assim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">É tipo o
Zezé da cabeleira. Ou ainda a Amélia-mulher-de-verdade. Nunca serão esquecidos.
E pior, ficarão ali, grudadinhos com o uso do seu nome. Em vão. Em qualquer
vão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Por falar
em vão, a coitada da Susan aqui tem seu nome ligado a um. Na verdade, não é um
vão, mas é uma coisa que usamos nesse vão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Eu
realmente fiquei chocada quando me falaram a primeira vez. Fiquei pensando:
porra, coitada da Susan, meu. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Imaginei
também, como deveria ser o nome da mãe da Susan. Ou do pai. Estes sempre vão
ter o direito ao esquecimento. Mas a Susan, pobrezinha, ficará a vida toda
sendo chamada na cozinha. Não tem espírito que descanse desse jeito!!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A primeira
vez que me falaram dela eu gaguejava tentando saber os nomes das coisas da
cozinha. Bah, que dificuldade. Se nem me português eu sabia ao certo (a gente chama
tudo de coisa diferente em cada região do país, oras...), imagina em outra
língua. Mas esse nome até o marido conhecia. Até ele que vive boiando para me
dizer os nomes da escumadeira, da colher de pau, do “strainer”...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Então a
cozinha tem aquele ângulo no armário embaixo do counter (balcão). Aquele canto
que fica cheio de espaço e que dava para pôr um montão de coisas ali, mas ia
ficar difícil de alcançar porque é fundo, lá atrás mesmo. Aí o ser humano
inventou uma roda/prateleira que pode ser chamada poeticamente em português de “Canto
Mágico”. Lindo, né? São aquelas ferragens que saem do armário e facilitam a
vida da arrumação de mantimentos dentro dos armários.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Pois é.
Sabe como isso se chama em inglês? Lazy Susan. Foda, né? Imagina, chamar a Susan
de preguiçosa só porque ela inventou a ferragem para arrumar as coisas no
armário. Fico de cara com isso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Toda vez
que preciso me referir ao canto para o marido eu digo: põe lá na coitada da
Susan. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Porque, né?
Bah.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghMlPRiaAtze_irsW2szYY1Ap008ITldWO-h6KNqK3tHthPuzvEzi7RTo-H_d1joc4Hu9oYmb8cuvAFqxhZ-n871g3Ers1HmBeNUETlX1_5oH42gWMInmF5aCpTQwddmWBvZaK1y612mQ/s1600/lazy+susan.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghMlPRiaAtze_irsW2szYY1Ap008ITldWO-h6KNqK3tHthPuzvEzi7RTo-H_d1joc4Hu9oYmb8cuvAFqxhZ-n871g3Ers1HmBeNUETlX1_5oH42gWMInmF5aCpTQwddmWBvZaK1y612mQ/s320/lazy+susan.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Diz para mim: não tem nexo, né?</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuLxArBKQLsK1QMyjk3R72zoczSGbtTxb7kGbKu871vDaaL7QOjg8yrpvAQiF6OHT6yz6zCvrdu6CL8beTnOau-e1BRGyiEhkMt4_FB5oL3BZJnhLBGAzNfyxyaQK88MgRp0EWAMcenr4/s1600/lazysusan.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuLxArBKQLsK1QMyjk3R72zoczSGbtTxb7kGbKu871vDaaL7QOjg8yrpvAQiF6OHT6yz6zCvrdu6CL8beTnOau-e1BRGyiEhkMt4_FB5oL3BZJnhLBGAzNfyxyaQK88MgRp0EWAMcenr4/s320/lazysusan.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Susan inventa uma coisa assim e fica mal-falada por resto da vida...</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-42383760259423175342017-01-09T19:06:00.004-03:002017-01-09T19:30:26.259-03:00A eterna tentativa de esconder que fedemos levada agora a outro patamar<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;">Acontece em toda a relação. Enquanto estão no início
do relacionamento, se apaixonando, existe aquele jogo de se arrumar, maquiar,
de vestir assim ou assado, para agradar. Só agradar. A gente constrói um ser
que não é a gente para não ser rejeitado. Normal. Teorias da psicologia até
devem explicar isso, da idealização e tals. E pode ser relação hetero ou gay,
não importa. Tenho amigos gays que morrem de vergonha do parceiro quando se
trata de cagar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;">Por isso, talvez, tantos relacionamentos depois de um
certo tempo caem como se apodrecessem no pé... Porque tem gente que consegue segurar
os papeis por mais tempo, outros são péssimos atores. Quantas pessoas são uns
amores até conseguir a primeira garantia de estabilidade, tipo uma aliança ou
algo similar? Depois mostram a que vieram.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;">Muito por condicionamento social/cultural, muito por
essa idealização idiota, a gente acaba tentando esconder a todo custo que
cagamos. Principalmente as mulheres. Mulheres devem cheirar a rosas... Devem
brilhar, flutuar, ser delicada, princesa, bla bla bla... Diga pra mim se isso
nunca aconteceu com você. Nos primeiros meses nada de cagar na casa do
namorado. Deus me livre! Imagine se ele descobre que meu cocô fede!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;">Durante muito tempo eu fui essa pessoa. Tinha um
problema imenso de cagar fora da minha casa. Intestino preso revelava bem essa
prisão conceitual. Era muito raro quando ele funcionava, e se funcionasse no
lugar errado, era intencionalmente travado por mais um tempo. Até que isso
começou a me fazer mal. E junto com algumas características que eu já odiava em
mim, joguei fora todo e qualquer pudor em relação ao Número 2. Eu ainda tenho
problemas em cagar em lugares pequenos, que sei que pode atrapalhar outras
pessoas desconhecidas. Mas se o banheiro é público, tem um monte de opções de
assentos para outras pessoas, eu não tenho mais problemas. Foda-se. Cocô fede
mesmo. E daí?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;">As relações evoluíram nesse nível também. Eu morria de
inveja da liberdade poética e retórica do meu irmão que sempre anunciava que
iria destruir o banheiro, que se alguém quisesse usar antes, deveria. Depois
ele saía ainda descrevendo sua produção. Tem muito de machismo isso? Mas sem
dúvida. Homens podem ser escatológicos, falar de cocô ou outras coisas nojetas
(ui, me lembrei do banheiro de Trainspponting). Chega a um ponto a liberdade deles que estávamos uma
vez em um avião indo dos Estados Unidos para o Brasil, e meu irmão acostumado a
falar português durante 15 dias sem ninguém entender lhufas, veio até o meu
assento no avião e falou em alto e bom som: “vou ali soltar um barro e depois
venho ver o filme com você”. Eu queria morrer. Eu queria a capa da
invisibilidade do Harry Potter. Eu queria que um buraco se abrisse no avião e
eu saísse direto para o oceano atlântico. Mas o máximo que fiz foi me abaixar e
colocar os fones de ouvido, sem olhar para o lado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;">Houve também uma vez, em um avião da Aerolíneas Argentinas
que alguém fez uma obra tão excepcionalmente fedida que os tripulantes
precisaram caminhar com um spray pelo avião todo. E foi avisado no autofalante
que haviam gases tóxicos vindos do banheiro e por isso precisariam usar o spray
no avião todo. Eu só fiquei imaginando como a pessoa autora ficou se sentindo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;">É engraçado como a gente acusa todo mundo pela
produção do seu intestino. Como se a gente conseguisse controlar os fedores
intestinais. Como se não fosse natural cagar fedido e peidar fedido. Como se
todo mundo não soubesse que cocô deve ser feito diariamente para uma pessoa ser
saudável e que esse cocô fede. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;">Falando em cagar, eu ainda visualizo a cara do meu pai
dizendo: não fale assim! Diga “fazer cocô”! Oras, que diferença faz? Ah, sim,
sou menina...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;">Bem, me libertei. Resolvi seguir meu irmão e falar as
coisas do jeito que são. A liberdade que a gente sente quando o relacionamento
vai para esse nível de intimidade, é indescritível. Hoje eu tenho condições de
dizer aqui em casa: “acho bom você ir escovar os dentes antes porque preciso
fazer o número 2”. Aí saio do banheiro e digo: “não está tão ruim hoje” ou “viixe,
vai demorar um tempo para se esvair o cheiro, melhor ficar longe...” A vida
fica leve. O respeito ao outro fica claro sem tornar as coisas artificiais.
Nesse processo, poder dizer que a pessoa está com bafo, ou com uma alface no
dente ou um tatu no nariz, sem que isso vire um auê é absolutamente libertador.
As coisas ficam naturais. E o relacionamento mais inteiro, mais tranquilo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;">Claro que há limites para isso. Eu tinha uma amiga que
sentava no colo do namorado enquanto ele cagava. Aí eu acho <i>too much</i>. Num dá,
né? A pessoa tem que ter a privacidade para produzir seus cheiros horrendos sozinha. E
a outra precisa se dar ao respeito de não querer cheirar essas fedentinas, não
é?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;">Pois bem, mas afinal, o que me trouxe aqui para falar
de todas essas coisa nojentas é que descobri há algum tempo que teve gente que
levou essa “brincadeira” para o outro extremo mesmo. No início eu achei que era
piada. Não é. O produto está à venda, e tem concorrentes! A propaganda é ótima.
A marca possui engajamento social quando defende saneamento básico. Enfim a
estratégia e fenomenal. Está em inglês, mas mesmo para quem não entende muito o
britânico, como eu, o vídeo se auto-explica. Perceba o cenário, as situações e
se veja nelas. Que tal? Agora, nós mulheres, princesas que flutuam e não
possuem pelos nem cagam podemos realmente manter o personagem... Só precisamos
carregar uma mochila em todo lugar que formos. Porque vamos precisar de
maquiagem, lencinho umedecido, de desodorante e, agora, do spray-evitador-de-cheiro-de-cocô. Pois
é.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/fkJy0Z2P_1k/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/fkJy0Z2P_1k?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Poopourri - uma brincadeira com a palavra Poop = cocô e Pot Pourri, que é um sachê de cheiros bons misturados.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/L37-3v7DyYs/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/L37-3v7DyYs?feature=player_embedded" width="320"></iframe><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">V.I.Poo</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"> = também um acrônimo de Very Important Person e Poop= cocô.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="font-family: "arial" , sans-serif; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-10541639545836765972016-07-17T01:53:00.001-03:002016-07-17T13:03:39.407-03:00Sobre mães, meninos e partidas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_O5sVOMRGIz4ozBlYOhwwE79E4BlDm-XDMC8mkJaWC3gYUmInsVez853JmyuWokZ45ROszu9cgomYERL5fh6JlzkPDV1i8cJ9V5AZCPFdFmBgrzDiuYhSRmU4S7CKp0nBTN0GgreKbVk/s1600/mosqueteiros.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_O5sVOMRGIz4ozBlYOhwwE79E4BlDm-XDMC8mkJaWC3gYUmInsVez853JmyuWokZ45ROszu9cgomYERL5fh6JlzkPDV1i8cJ9V5AZCPFdFmBgrzDiuYhSRmU4S7CKp0nBTN0GgreKbVk/s320/mosqueteiros.jpg" width="280" /></a></div>
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A cena se repete pela segunda vez. Os três "mosqueteiros" novamente se uniram na dor de cada um para levar o féretro até a morada final. Silenciosos, solidários, unos.</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Eram meninos quando se reconheceram e tornaram inseparáveis. Tinham seis ou sete anos. Foram heróis, bandidos, aventureiros, cientistas, desenhistas, costureiros, cozinheiros, criadores de hámsters, de cães, recolheram filhotes de gatos abandonados nas ruas e os trouxeram para casa, temeram fantasmas, odiaram a escola, jogaram rpg, acamparam, enfrentaram as turbulências da adolescência - ora juntos, ora cada um por si -, tomaram diferentes rumos profissionais, trocaram de cidades, tiveram namoradas, outros amigos que ficaram, outros que passaram. Mas entre eles, a cada reencontro, o tempo pára. Nestes momentos, para mim, é como voltar atrás, celeremente, e vê-los como meninos aos 30 anos. Meninos que precisam enterrar suas mães. Meninos com o afeto ceifado pela lógica cruel do viver e ver morrer os que lhes são caros. Meninos atordoados pela perda nunca esperada, embora sabida.</span><br />
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">De repente, uma cena se desenrola, aleatória, em minha mente. Os vejo homens adultos, já maduros, mais uma vez carregando uma mãe para a sua morada final. Duas já foram. A próxima, será a minha vez.</span><br />
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-64179280350848754522016-05-20T23:11:00.005-03:002016-05-21T07:49:11.815-03:00Mas ele precisa.<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Chuva e
frio em Curitiba. Nada de novo numa cidade que tem o apelido de Chuvitiba.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Mas antes
de chover, eu e Pandora fomos fazer a nossa caminhada rotineira. Aproveitamos
para ir conhecer uma nova creche para cães aqui perto de casa. A gente já tem o
relacionamento com uma aqui, mas uma vizinha falou tão bem que fomos dar uma
olhada. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Adendo
sobre creche para cães: aqui, nessa família não é uma gourmetização da guarda dos pets, é um jeito
de mostrar para ela, sem risco aos outros, que ela não é unica, que precisa se
socializar e assim acaba ficando uma cã mais calma e ciente do seu tamanho. Ela
também precisa correr. E no espaço do prédio não é permitido. Na praça, se ela
correr para rua, é atropelamento na certa. Enfim, até para os cães está
complicado de se socializar na cidade... Por isso, a creche, uma vez por
semana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Pois bem, o
espaço realmente é muito legal. Os cães ficam todos juntos. Tinha de golden a
york, tudo tranquilo, brincando mesmo. Meio coisa de matilha: fica todo mundo
indo de um lado para outro. Pandora ficou excitadíssima. Cheirou tudo, não
sabia se ficava ou se ia embora tamanha a felicidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">E fui
conversando com a menina sobre os cercados que ela me mostrou, sobre o banho,
sobre os dois monitores o tempo todo cuidando deles (pegando no colo, o que não
acho adequado...).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O lugar é
realmente uma fofice. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Aí ela foi
me contando de cada hóspede. Desde esses pequeninos yorks, o border collie, a
shitzu amigável, até um paulistinha branco com manchas marrons, muito fofo. Ele
não se destacava na matilha. Ia e vinha com os movimentos do grupo, corria e
brincava como todos os outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Ela me
disse que esse paulistinha – que esqueci o nome – é muito hiperativo. Não para
de jeito nenhum. Ele roeu, na última semana, todos os cabos de
eletrônicos da casa. E que ele fica na creche umas três vezes por semana ainda.
É castrado. Disse também, que a dona em concordância com a veterinária, está
pensando em tratá-lo com fluoxetina. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Oi?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Minha reação
foi involuntária. Foda quando isso acontece. Eu arregalei os olhos e disparei:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">- Mas Santo
Deus! Fluoxetina para o cão que quer atenção, brincar? Porque não pensam em
adestrar?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Já tinha
saído. Sim, me arependi porque eu não tinha nada a ver com aquilo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A menina
responde meio assustada com a minha reação, mas sem grandes compromissos:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">- Ah, eles
não têm tempo, né?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Meu, que
bosta de sociedade estamos construindo na qual alguém adota um cão, não tem
tempo para cuidar, daí resolve medicalizar porque o cão não está nos padrões de
comportamento “lap-dog”? Já há uma
imensa discussão sobre a medicalização da educação em crianças e agora sobra
pros caninos também?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Tristeza. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Eu sei, eu
sei que estou julgando sem conhecer a situação, sem ser veterinária, sem saber
ao certo do que o paulistinha é capaz. Mas o que a gente tem visto de dotô por
aí socando remédio em todo mundo, não está escrito. E a culpa não é deles, não,
bem sei. É de uma sociedade que precisa enquadrar tudo em um determinado
padrão. A gente achou que tinha superado isso. Pelo jeito não. Criança precisa
se comportar. Cão precisa se comportar. Idoso precisar se comportar. Só o adulto pode continuar fazendo besteira...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Nessas horas
eu lembro dos pinguins de Madagascar: sorria e acene.</span><br />
<span lang="PT-BR"><br /></span>
<span lang="PT-BR"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2UO9-us1F9FLnQVPeFIkQEO3DYAs4ATbpcX87nBU3_2fryosN-FwD_MI67pnwpoZhqQYJsswOIAjeUf7Ke1nsH2FhfEiwBui7QvuoywaD-XPUBVr2wSTEyvHRf9m985QEZiUWNHEWuSw/s1600/fox+paulistinha+%25285%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Não há indicação de autoria. Reportar informação." border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2UO9-us1F9FLnQVPeFIkQEO3DYAs4ATbpcX87nBU3_2fryosN-FwD_MI67pnwpoZhqQYJsswOIAjeUf7Ke1nsH2FhfEiwBui7QvuoywaD-XPUBVr2wSTEyvHRf9m985QEZiUWNHEWuSw/s320/fox+paulistinha+%25285%2529.jpg" title="foto encontrada em: http://tudocao.blogspot.com.br/2013/03/fox-paulistinha.html" width="320" /></a></div>
<span lang="PT-BR"><o:p><br /></o:p></span></div>
Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-58367380302032474222016-02-13T20:18:00.001-03:002016-02-13T20:18:57.356-03:00As meias precisam ser brancas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3w6VrtECJh71yJPlcvlpm2i-vaXmopWV74Sx5rlJKpyJjxM665yHdN55hNGzsFmDP36-yDdlv0xvtpMGxbtLGwoxC6UNsfoI2Bna8dcG_VDaHTnX6xJT-gahQemZucPkdqSjyYajvTV8/s1600/IMG_4856.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3w6VrtECJh71yJPlcvlpm2i-vaXmopWV74Sx5rlJKpyJjxM665yHdN55hNGzsFmDP36-yDdlv0xvtpMGxbtLGwoxC6UNsfoI2Bna8dcG_VDaHTnX6xJT-gahQemZucPkdqSjyYajvTV8/s320/IMG_4856.JPG" width="240" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu sou de uma geração que está espremida entre duas
outras que tratam as “coisas de casa” de uma maneira muito diferente. E, sim,
isso me causa crises de identidade de vez em quando.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Minha mãe veio da geração de mulheres que fez o curso de
Educação Familiar. O curso, a nível técnico, ensinava como administrar uma
casa. Segundo ela, tinha aulas de corte e costura, culinária e orçamento
doméstico. Foi com ela que aprendi a arrumar a cama de maneira compulsiva, a
ponto de não conseguir ficar uma hora sequer com ela desarrumada pela manhã. E
foi com as milhares de vezes que ela desarrumou a cama porque o “lençol estava
com a costura do avesso”, que adquiri a obsessão de fazer a dobra dos lençóis sempre
do lado certo. Não a culpo, de forma alguma. Até porque foi minha decisão
manter esses padrões de arrumação. Essa, depois de muita terapia, sou eu mesma
e gosto dessa organização.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Já minha irmã reagiu de outro jeito. Ela nunca arruma a
cama. E é feliz assim.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Bem, mesmo tendo feito a tal da Educação Familiar e
propalá-la nas filhas (mulheres, claro), minha mãe sempre trabalhou fora. A mãe
dela, minha avó, sempre trabalhou fora. Isso fez com que tivéssemos a
referência de mulheres que sabiam fazer todas as coisas de casa, mas que não se
dedicavam somente à casa (ah... a jornada dupla...). A casa não era o centro da
vida dela, mas é impressionante o quanto de cobrança ainda havia na minha mãe
em relação à vestimenta de todo mundo, em relação a tudo estar em ordem, em
relação às manchas das roupas serem tiradas, em relação aos panos de prato que
deveriam ser brancos, em relação às meias que não podiam estar encardidas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A gente tinha ainda a Mena que nos cuidava e cuidava da
casa. E a Mena fez curso para passar roupa. Passa roupa como ninguém. Nunca vi
alguém melhor do que ela. Mas tudo isso era para garantir as camisas do meu
pai, que deveriam ser perfeitas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Pois bem, casei, mais de uma vez, e na minha casa eu não
tinha mais a mãe gritando que as coisas tinham que ser assim ou assado. Poderia
fazer tudo do jeito que eu queria. Foda-se o que os outros iriam dizer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E me encontrei com amigas que fizeram questão de quebrar
com essa perfeição no lar. Panos de prato limpos, mas cheio de manchas. Roupas
nem tão bem passadas, quando eram. E ninguém morria. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Hoje estou casada com um americano que nunca precisou
passar roupa, ou nunca entendeu que isso era importante. Que nunca teve
mulheres na família lavando os tênis ou tirando manchas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eduquei o meu filho para passar a roupa dele, se ele quisesse,
e lavar os tênis quando assim achasse necessário. Ele que descubra os códigos
sociais do ambiente onde ele está e os cumpra. Se quiser.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Mas nesse carnaval fomos os três para as montanhas.
Chegamos em casa com lama até nos cílios. As roupas foram para a máquina de
lavar. Direto. Os tênis, bem, deixei de molho e fiz cada um lavar os seus. No
mesmo dia. E as meias, eu lavei. Esfreguei. Usei o sabão caseiro que a irmã da
minha vizinha fez. E deixei corando. E esfreguei de novo. E coloquei na máquina
para lavar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Porque, as meias precisam ser brancas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E porque história social é como craca. Você passa a vida
tentando lavá-la de você.<o:p></o:p></span></div>
Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-66225297103040062402015-12-18T13:16:00.001-03:002015-12-18T13:31:17.231-03:00A Pergunta<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Entendo que devemos deixar um legado. Vc está vivendo o que seria o adequado na história da sua vida? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Eu disse pra ele fazer uma pergunta. Pensei que vinha alguma coisa tipo: Você gosta de acarajé? E ele mandou a pergunta que precisa de um livro para a resposta. Ou de uma palavra – como ele gosta: "Não". No meio, uma vida. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Você não sabe, mas eu já respondi essa pergunta várias vezes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O sonho da minha vida era casar, ter três filhos lindos e maravilhosos e ser feliz até a morte passando pela velhice e pela doença. Mas esqueci de combinar com os russos. Até hoje não sei se mudei eu ou o sonho. Mas aquela mulher com três filhos e provavelmente alguns netos, não seria nada adequada à história da minha vida, a começar pela separação no tempo em que “desquitada” era puta. E tratada como tal. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Fiquei uns 30 anos sem ver meu primeiro marido. No dia em que iríamos nos reencontrar em Porto Alegre, no avião me dei conta da pergunta que ele faria: O que você fez nesses trinta anos? Peguei a velha caneta, o bloquinho de papel e escrevi: “Vivi na Bahia. Trabalhei muito, conheci gente bem interessante e muitas horríveis. Viajei bastante, mas menos do que eu gostaria. Tive mais um marido e não tive filhos”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(às vezes saber ser concisa ajuda muito). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Continuando a resposta... Não sei se seria o “adequado à minha vida”, mas gostaria de colocar uma mochila leve nas costas e ir. Sem pressa. Como observadora. E absorvadora... – aquela que absorve (argh). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Gosto da sua tranquilidade quando você fala de conclusão. De impermanência. Da morte. Mas não gosto da palavra legado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Primeiro me lembra da trágica copa do mundo no Brasil. Parece que a palavra não existia antes. Nem existe agora. Pelo menos legado da copa não existe. Mas... volta... não gosto da palavra. Tem um grande quê de ego. De vaidade. E brigo com meu ego – quando sou capaz de percebê-lo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Assim, deixando o ego de lado e consciente da impermanência, lhe digo que não há legado meu. Dificilmente haverá. Não assim. Não o concreto! Nada de holding. Ou uma invenção revolucionária. Ou ainda uma nova forma de arte. Sequer um best seller. </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Posso até construir uma ou duas coisas antes da morte, mas não é isso.<o:p></o:p></span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16px; line-height: 18.4px;"> Espero deixar </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16px; line-height: 18.4px;">valores (exceção feita ao anel de formatura de piano). </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Penso, trabalho, medito, oro e ajo pra fazer o mundo um pouquinho melhor (olha o ego aí...) com minha vizinha mais feliz, com dois gatos de rua abrigados e alimentados, com a gargalhada gostosa da minha sobrinha, com o sentimento de ser muito amado que deixo com quem eu amo sempre. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Acordo sabendo que poderia não ter acordado e às vezes consigo respirar consciente de que aquela inspiração pode ser a última.</span><span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Morreria com uma baita saudades de ti. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Assim, se alguém fica feliz quando estou perto, se outro fica melhor com um bilhete meu, se deixo mais ameno o cansaço da senhora que está de pé numa fila ou ofereço meu lugar na janela do avião para a criança que chega... está bom. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">E se eu conseguir sempre fazer isso e um pouco mais, terei deixado um legado e tanto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #444444; font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Quanto a sermos sexagenários e termos nossa história caminhando para uma conclusão... Você né fio? Eu não... </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="color: #444444;">Acredite: sessenta são os novos quarenta baby!</span> <span style="color: #444444;"> (eu ía escrever quelido mas...) </span></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii1ov2I8KagJRQnvZ17dfdjHblg5696nNCXyvHEXVkzJdDtbUhcK6kxw6sjylcIMpZj8xqgjm3xesdrX5e4cEP4EiW4qjFNqImOytO-bTH-ukpDpVWEVo14G44BgrNeyOXbNXlgNmJ3zEm/s1600/babyeinstein.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii1ov2I8KagJRQnvZ17dfdjHblg5696nNCXyvHEXVkzJdDtbUhcK6kxw6sjylcIMpZj8xqgjm3xesdrX5e4cEP4EiW4qjFNqImOytO-bTH-ukpDpVWEVo14G44BgrNeyOXbNXlgNmJ3zEm/s1600/babyeinstein.jpg" /></a></span></div>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/18418124324487609960noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-24843546224240650062015-12-06T09:45:00.002-03:002015-12-06T09:55:16.162-03:00A taça partida<div class="MsoNormal">
Mais uma taça de vinho se partiu ontem. Não quebrou, só
trincou. Era um aviso de que aquelas taças, aos poucos, vão desaparecer. E
fiquei refletindo o que isso significaria.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Essa taça faz parte de três que restam de um conjunto de
seis. As outras se quebraram. Elas já têm uma idade avançada, mas fico pensando
se têm histórias suficientes para contar. Eram da minha avó materna. Ela
faleceu no dia 05 de dezembro de 2008. Tinha 79 anos. E, não sei ao certo, mas
ela deve tê-las ganhado de casamento. O que me faz pensar que a idade dessas
taças beira os 65 anos... </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Hoje, vendo a taça partida, fiquei pensando o quanto minha
avó deve tê-las usado. Ou, se, as usou. Lembro, quando era pequena, de
visitá-la em sua casa e encontrar a cristaleira que hoje está na minha sala
cheia de copos, garrafas coloridas e essas taças, pequenas, desenhadas com
dourado. Mas a cristaleira sempre estava cheia de pó. E cheia de lembrancinhas
de alunas dela.</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMjAkN5TP8MJsIb74YYs-Ku1vyLonb-YYaisWMB58gC-fLHauWETIAxYqvM5VeO7KaSOH47YBu-2lgMy419Di-7IJdLagCsGXGLiRECP3n5kQdfUIdgFATcchoF3ijOEgkwiocPtTyIZk/s1600/IMG_4781.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMjAkN5TP8MJsIb74YYs-Ku1vyLonb-YYaisWMB58gC-fLHauWETIAxYqvM5VeO7KaSOH47YBu-2lgMy419Di-7IJdLagCsGXGLiRECP3n5kQdfUIdgFATcchoF3ijOEgkwiocPtTyIZk/s320/IMG_4781.JPG" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A taça trincada na cristaleira da vó</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Minha avó, mesmo sendo de uma personalidade difícil,
teimosa, muitas vezes rancorosa, fazia um trabalho fantástico. Em um centro de
assistência social ela dava a outras senhoras um sentido que ia além do de ser
dona de casa ou mãe: ela as ensinava a costurar, a produzir roupas, a tricotar
e a fazer crochê. Para aquela mulherada que muitas vezes era espancada pelos
maridos, mas não via outra saída a não ser ficar em casa, ou as que sofriam por
não ter ao certo com que alimentar os filhos, era uma visão de que as coisas
podiam mudar. Elas ficavam muito agradecidas por todo o ensinamento, atenção, a
possibilidade de independência financeira e auto-estima que aquelas aulas
significavam.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Hoje fico pensando que, sem que eu tivesse consciência,
minha avó pode ter sido o primeiro exemplo na família que puxou uma ação de
empoderamento das mulheres. Mesmo sendo, em seus pensamentos e julgamentos,
muito machista, reproduzindo muitos dos padrões de submissão feminina da época, ela, sem saber bem ao certo, dava ferramentas a muitas mães e donas de casa
para serem independentes. Muitas delas viram o sentido profundo disso tudo e a
agradeceram do jeito que podiam: fazendo bibelôs, pequenas lembranças. E minha
avó guardava tudo na cristaleira. Mas deixava tudo lá, cristalizado, parado,
pegando poeira. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Além disso havia o pensamento de que aquilo que era bom,
chique, de melhor qualidade, deveria ser usado em dias especiais. Deveria ser
guardado, preservado para que durasse mais, afinal, seria difícil repor. Não havia dinheiro.</div>
<div class="MsoNormal">
Quando a vó adoeceu, a casa precisou ser reconstruída, houve
um mutirão de limpeza para organizar e dar outro fim a tudo que ela tinha guardado. Ela ia morar com a minha
mãe e cada um da família foi ver o que poderia ter como lembrança. Eu pedi à
minha avó, com a anuência dos meus tios, a sala de jantar. E trouxe para minha
casa a mesa, o balcão e a cristaleira com os cristais. Tudo tem um grande
significado porque foi testemunha de praticamente a vida toda dos meus avós. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas eu também tive que tomar a decisão sobre preservar as
coisas ou usá-las. E, muito cedo, aprendi que coisas foram feitas para serem usadas e pessoas para serem
preservadas. Assim, tudo o que estava na cristaleira foi sendo usado desde que
está na minha casa, há mais de 10 anos. Inclusive as taças de vinho. Pequenas,
com detalhes dourados. No uso, algumas se quebraram. E com a quarta trincando,
penso que logo elas vão desaparecer como tudo, nos cacos da vida. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Não me arrependo.Essas taças poderão ecoar conversas alegres e festivas ou noites de reflexão solitária vindas da
minha casa. Não da casa da minha avó, onde elas ficaram por quase 50 anos intactas, mas
sem servir ao seu propósito de conter os líquidos que embalam os dias e noites
memoráveis. Uma coisa é certa: essas taças se eternizarão em muitas memórias de dias especiais da minha vida. E, em algumas fotos, quando alguém se lembrou de tirá-las.</div>
Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-477312717754574272015-10-21T22:17:00.000-03:002015-10-21T22:17:06.819-03:00Balas de goma<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIYftT3V4DWZX8wL55021LRRieVimIS_j_KNZ-NLS9GN4DUHkfGyD4pjruL_JwaEwztKBm3j23Y-1QXqfLiyD712ZUG9nPiuf3MeEE_Zp_OKEFqkfgseB6mBHFUkSBLD3DytudU4IAKpwl/s1600/balas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIYftT3V4DWZX8wL55021LRRieVimIS_j_KNZ-NLS9GN4DUHkfGyD4pjruL_JwaEwztKBm3j23Y-1QXqfLiyD712ZUG9nPiuf3MeEE_Zp_OKEFqkfgseB6mBHFUkSBLD3DytudU4IAKpwl/s1600/balas.jpg" /></a></div>
<br />
<span style="color: #45818e; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i>Sabem aquela nojeira chamada bala de goma? Então a pessoa que há meses não sabe o que é açúcar, passa no supermercado e se depara com as ditas cujas penduradas, escancaradas, abusadamente oferecidas, fofinhas, coloridinhas, redondinhas, ao alcance de uma dentada...duas dentadas...uma bochecha cheia de doçura... Eis que a boca começa a salivar, o olho não enxerga mais nada além das cores que já viraram néon; o cérebro arruma um monte de desculpas e a mão puxa o primeiro saco. </i></span><br />
<span style="color: #45818e; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i>Um só?? Não!!! Em porcaria que se preze é preciso ir fundo! Pega mais um! </i></span><br />
<span style="color: #45818e; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i>Tamanho pequeno? O quê??? Nem pensar!! Tamanho médio, quase grande! Precisam ser muitas...muitas!!! </i></span><br />
<span style="color: #45818e; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i>Cair de boca! Se jogar! Pisar na jaca, e com os dois pés! </i></span><br />
<span style="color: #45818e; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i>Tem dias em que ELA diz: pode! Pronto! Eu posso! Comi um saco inteiro para a alegria da minha criança gulosa e feliz! Lembrei do avô que me enchia de balas e, segundo mainha, foi o responsável pelas minhas cáries na primeira dentição. Liguei o foda-se!</i></span><br />
<span style="color: #45818e; font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><i>Hoje é um daqueles dias em que eu preciso disso!!!</i></span>Dorotéia Sant'Annahttp://www.blogger.com/profile/00222083723364456991noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-2630605020133483182015-10-21T10:19:00.004-03:002015-10-21T10:19:49.381-03:00Rejeitando a normose<div class="MsoNormal">
Ontem era para ser um dia qualquer. Não, na verdade nenhum
dia é igual ao outro e, se colocarmos significado em tudo, veremos a
especificidade de cada momento. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas era para ser um dia sob o status da normalidade. Tudo
correndo de maneira adequada, prevista, comum.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Até o momento em que cheguei em casa, as 23h, depois de uma
maratona com o Bóris, estava tudo bem. Bóris é o cão achado que estamos cuidando
de maneira comunitária – sim, temos amigos fantásticos ajudando – até que ele
encontre uma família digna dele.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Bem, em casa nos dividimos nos afazeres. O marido precisava
preparar uma aula a ser dada cedinho, eu e filho discutimos dividindo os outros
afazeres. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Eu: - Você prefere levar a Pandora (a cã) para fazer o xixi
ou recolher o carro na garagem?</div>
<div class="MsoNormal">
Filho – o carro, claro.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Descemos os três: ele, Pandora e eu. Eu atravessei a rua e
fui para a grama do vizinho - que é sempre bem mais verde, inclusive para os
dogs – e esperei ali a cã reconhecer os cheiros. Nisso, um homem resolve
atravessar a rua e, em todo o seu trajeto falava algo sobre a cã que estava
passeando. Até então não tinha dado bola, porque acostumei com gente falando sobre cã.
O homem não parou de falar andando em minha direção. Ele estava entre eu e
minha casa. E, em determinado momento, pude ouvir:</div>
<div class="MsoNormal">
- te pegava todinha e dava um jeito de te fazer...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O desespero bateu. E a primeira coisa que fiz foi pensar que
meu filho estava ali, a alguns metros, na garagem. Que ele era homem. Que ele era alto. Gritei.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- Diogo!!! Tem um moço aqui querendo falar com você. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A cara de desespero do homem, que continuou andando descendo
a rua sem passar por mim, foi nítida. Havia um macho no local. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Meu filho veio calmamente atravessando a rua. O homem
apertou o passo e desceu para cuidar dos carros. Eu me expliquei, me sentindo
muito impotente.</div>
<div class="MsoNormal">
- Desculpa, Di, mas
ele estava falando besteiras. </div>
<div class="MsoNormal">
- Eu ouvi. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ele me acompanhou em todo o trajeto com a cã. E conversamos.</div>
<div class="MsoNormal">
- Você consegue entender o quanto isso é ridículo? Eu ter
medo de enfrentar um homem desses, colocá-lo no lugar dele? A primeira coisa que pensei foi em
correr para casa, mas ele estava entre eu e a casa. Por que temos que sempre
ter medo?</div>
<div class="MsoNormal">
- É mãe, não é fácil para vocês, eu sei. Eu vejo isso todos
os dias. Minha amiga do trabalho poderia fazer o mesmo trajeto que eu faço
todos os dias, no mesmo horário que eu. Ir caminhando para casa. Mas ela não
faz quando escurece. Porque é mulher, porque tem o computador com ela,
porque... </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
- A gente precisa mudar isso. </div>
<div class="MsoNormal">
-É, precisa.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Não, isso não é normal. Não é.</div>
Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-3640259006286487882015-10-09T21:38:00.001-03:002015-10-09T21:49:00.245-03:00Over<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHmoZ3HljL7GVBrv7DbyGL_54_rhOPSOHNA2eLG72pJS5JgG99Ut61hhNwrJ6gBII67GX0CLSKM-YbDKwFq-7zvfsbKp3QFlqNik0P1INvC6zPoQTuHwfBas1Lkyz8Vn3p4rQhLe2uOBM/s1600/crowd.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="158" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHmoZ3HljL7GVBrv7DbyGL_54_rhOPSOHNA2eLG72pJS5JgG99Ut61hhNwrJ6gBII67GX0CLSKM-YbDKwFq-7zvfsbKp3QFlqNik0P1INvC6zPoQTuHwfBas1Lkyz8Vn3p4rQhLe2uOBM/s400/crowd.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
Gente, hoje estava tentando colocar as minhas coisas em
ordem. Na minha cabeça, isso significa tomar o controle pelo menos
informacional de tudo que me ronda, ou ronda o que faço. E vi que a coisa toma
um contorno desesperador nos dias atuais. Principalmente no que se refere a
redes sociais. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Comecemos pelo Facebook. Eu não consigo mais ficar fora
dele. Ele me traz mais lucro que prejuízo, mas só ver que não consigo ficar sem
ele mais, e sem os contatos facilitados por essa rede me dá um certo desespero.
E me faz evitar entrar em outras redes. Porque vai que acabo não conseguindo
ficar sem elas também?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Hoje descobri que tenho uma conta no flickr de 2011. E
nenhuma foto lá. E um email vinculado a essa conta que nunca usei. Nunca
entrei, nunca chequei. E vi que essa conta do flickr está sendo seguida por uma
galera! Para verem nada! Porque tem nada lá!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Bem, tenho uma conta no twitter. Mas ela foi criada para
fazer as minhas pesquisas de doutorado e devo postar uma coisa lá a cada 6
meses... Acho. Fico com aquele sentimento de estar devendo, sabe? Devendo uma satisfação... sei lá. Gente, tenho vários seguidores. Seguidores de nada. Ou quase nada.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tenho três contas de email. Uma delas que entro a cada 3
meses para limpar os emails que se acumulam. E peço desculpas pela demora na
resposta à gente que me contatou ali. Porque eu demoro. A terceira descobri hoje.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tenho um perfil no skoob. E uma estante de livro que
atualizo sempre que termino cada três... E daí gosto de olhar a estante de
livros que tenho lá. É como um registro dos livros que eu li. Uso para isso. Mas
tem amigos que tentam me contatar lá. E ficam sem resposta. Porque, bem, não
dou conta mesmo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por causa da conta do gmail eu tenho o tal do Google +. Foi
uma obrigação, se não me engano. Eu não queria aquilo mais. E tem gente que me adiciona lá. E não faço nada,
porque não quero interagir lá. Mantenho-me solenemente em silêncio para não ter
que alimentar outra rede.<br />
<br />
Tem o linkedIn, que é tipo um currículo. Mas as pessoas te contatam, fazem artigos e gostam das mudanças profissionais da sua vida. Colocam também algumas qualidades que você tem. E te adicionam, mesmo não te conhecendo.<br />
<br />
Tem o academia.edu onde estão meus trabalhos científicos. Alguns. Tive que abrir lá para disponibilizar alguns artigos que não estavam mais disponíveis nos sites dos congresso que participei. E o lattes precisa de links. Daí a gente abre um perfil do academia.edu para fazer o link dos artigos. Humpf.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tenho um perfil no tripadvisor. Porque gosto de viajar. Faço
avaliação dos lugares, mas mais porque quero também fazer um diário de viagens.
E tem gente que faz perguntas para mim lá. E eu acabo levando mais de dois
meses para ver que tem perguntas... Muitas vezes a pessoa já viajou e eu nem
dei a dica que precisava.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tenho um blog. Outro, não esse. E nesse blog coloco também algumas
coisas que têm significado. Mas pouca gente interage lá. E eu acho bom.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas nada mesmo eu tenho no instagram, snapchat ou essas
redes novas. Não consigo. Não dá. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Fico pensando que se quisesse usar o meu padrão de “organizar
coisas” em todas as redes eu passaria o resto da minha vida postando. Em vez de
vivendo. </div>
Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-52089042827185245032015-10-02T20:40:00.001-03:002015-10-05T02:07:52.930-03:00O ENCONTRO - 50 anos depois - dedicado a Ewa Danuta Cichecka<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Rosária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Linda. E alta. E
loira. E jogava queimada como nenhuma outra. Pra cortar os pulsos cada vez que via... mas
não. Era doce, bem humorada, feliz.
Queridissima. Reencontro Rosária
mais de 40 anos depois e quase cortei os pulsos. Só não cortei porque não
jogamos queimada! Ela é a mesma. Do
Luiza com Z mas que pode ser com S e ela sabe disso. Luiza Macuco. Rosária cuidadosa com os amigos, reúne as
meninas da classe todos os anos. Que classe? A de 1965. A de 50 anos atrás. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Pausa para respiração profunda. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Trocamos virtualidades.
E agora, acho que desde semana retrasada, tá lá Rosária no meu inbox avisando
da próxima reunião. Ela é cuidadosa lembra? Quer saber quando posso ir... e daí
em diante tem sido uma avalanche de recordações amorosas todos os dias, todas as
horas, minuto a minuto às vezes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Fomos ressurgindo. Cada um trazendo seu melhor – às vezes
esquecido, guardado junto com uma letra de música amarelada, a carteira do
grêmio estudantil, o boletim com mais faltas do que notas, convite de
formatura... ou as fotos. Muitas fotos. Pego a minha de 1965. A única que
faltava para a Rosária. Somos crianças. Quase todas com 11 anos. 1.ª Série do Ginásio. Colégio Estadual. Era brabo para entrar. Tinha exame de
admissão depois do primário e às vezes não dava pra passar e a gente tinha que
fazer um 5º ano de Primário. Estamos lá na foto do
PantaleÓN Alcaraz que nos fotografou até o 3.º ano e nos colocou na mesma capa de
papelão verde com o endereço na frente e o preço dentro. Cr$ 1.000,00 (antes dos cruzeiros novos). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">As lembranças não chegam em anos. Nem separadas em
arquivos por letras do primeiro nome. Chegam se atropelando. Paulo Esteves. Só
toquei em público uma vez - na minha formatura - e uma vez para ele. Fiz uma audição de
piano exclusiva. Heloisa Hunold. Dezenas e dezenas de vezes, na frente de um
arquiteto bam bam bam, eu lembrava da casa dela, com aquela mesa de cozinha gigante
embaixo de um pergolado transparente com
pé direito triplo. A Ewa que me trazia histórias de um mundo
muito distante e do irmão dela que jogava rugby. A Leka e a Sonia. Parceiras de
noites sem dormir e cigarros roubados. A
Ana e o cabelo igual ao meu. A Lurdes,
séria e inteligente. A Cristina Mancuso, uma espoletinha sempre pronta. A Dalva e o Régis... ui... A Eunice e o mesmo humor contagiante! O mesmo sorriso sem medo de nada! Os laços da Tania. Os irmãos mais velhos ou mais novos na cantina. O Bizelli e o Rinaldi, dupla inseparável de
doces amigos e uma caixinha de música azul. Espiga, China, Aragão – e o amado irmão
dele - que mais do que vencer no basquete, ou de representar nosso Luiza por
aí, eram nossos companheiros queridos! Cansei
de sentar a bunda no gelado concreto das arquibancadas dos ginásios pra ver vocês
jogarem! Carrasco, Lumumba, Ernestos,
Pepino... A letra da amorosa sofrência da Leda. A voz
cantante do Sujo. O
piano do Bizelli e a bola de basquete do Rinaldi. Meninos que foram nossos
primeiros exemplos de homens! E foram mesmo! Dos melhores exemplos! (como menina,
torço para que também tenhamos deixado uma boa impressão feminina pra eles!).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Na verdade nós não deixávamos impressão. Nós éramos.
Aquilo ali. Aqueles ali. Sem photoshop ou filtro. Sem selfie. Sem usar chats
pra contar as novidades. Soubemos como viver cada a cara, olho no olho, todo
dia, 4 ou 5 horas por dia, às vezes mais, por 3, 4, 5, até 7 anos
seguidos, como as meninas da foto de
1965! Nem sei mais o que é preciso pra
isso. Nem sei se isso ainda é possível mas com a gente foi. Crescemos juntos. No amplo significado da palavra. O Luiza viu a nossa transformação em adultos.
Nós nos vimos... nós nos acompanhamos. E
as perdas doeram como se a notícia fosse dada no meio de uma aula. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Fato é que naquele estranho “submarino” meio achatadinho, no fim da cidade, depois do canal 6, criamos um elo que agora nos transporta para aulas, notas, professores,
esportes e festivais. Bailinhos, aniversários, encontros ao redor de um violão. Nos leva num passeio pela cidade antiga, pelas casas
onde moramos, pelos bondes, pelos exames de segunda época... senta a gente
naquelas pequenas carteiras de madeira em ripas e nos veste com uma saia
pregueada – ou calça - e um vulcabrás nos pés.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Temos um delicioso elo que faz com que – quase – quando
eu saio do computador, depois das nossas conversas virtuais, sou capaz de me
ver no espelho de franja. “Nosso
reencontro nos transforma” (Ewa). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 115%;">Aliás, acho que vou pedir pra costureira fazer uma saia
cinza com prega macho na frente, comprar uma meia três quartos branca e um
mocassim preto. Só pra rir... porque o elo perdido já encontramos. Ou, nunca perdemos.</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMs2vAcwTL6o4QUquC_BMrrm0Pvffe3tWsh5o1eXq7-tzCG-Aq_xcgj0hTBdV6NsGQM8SKYsTVTs6f6oXX6vCDT6Y7cl45EABvxSrrcIc8tTuNWNPZrZjNv-4W_GXi9b0KjoHpmHQDv1g/s1600/1965+-+1%25C2%25AA+S%25C3%25A9rie+E+a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMs2vAcwTL6o4QUquC_BMrrm0Pvffe3tWsh5o1eXq7-tzCG-Aq_xcgj0hTBdV6NsGQM8SKYsTVTs6f6oXX6vCDT6Y7cl45EABvxSrrcIc8tTuNWNPZrZjNv-4W_GXi9b0KjoHpmHQDv1g/s400/1965+-+1%25C2%25AA+S%25C3%25A9rie+E+a.jpg" width="400" /></a></span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7622258322322115343.post-78245292551762144912015-09-24T11:53:00.001-03:002015-09-24T11:58:27.268-03:00A difícil arte de soltar o galho<div class="MsoNormal">
<i style="text-align: center;"><br /></i>
<i style="text-align: center;"><br /></i>
<div style="text-align: justify;">
<i style="text-align: center;"><span style="color: #444444;"><span style="font-size: x-small;">Um alpinista estava subindo a montanha. Estava sozinho e muito frio. Foi escurecendo e tudo ficando mais difícil antes de chegar no acampamento. Em um movimento em falso acabou escorregando e conseguiu se agarrar em um galho de árvore. No escuro, sem companhia o alpinista pediu a Deus para ajudá-lo. E ouviu uma voz: eu ajudo, mas solte desse galho. O alpinista achou que era loucura fazer aquilo. Não dava para ver nada naquele breu já que a lanterna caiu no escorregão. Pela manhã, o corpo do alpinista foi encontrado congelado, pendurado no galho, a um metro do chão. </span> </span></i></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sou uma pessoa controladora. Já estou bem melhor e me
frustro menos quando as pessoas não fazem o que eu quero que elas façam. Mas
adoro controlar os processos e minha vida. Ter certeza é reconfortante e me
sinto muito bem confiando no meu taco, em vez de colocar a minha vida nas mãos
dos outros, ou de algo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pois bem, já entendi que ninguém sai dessa vida do jeito
que entrou. E, esse ano, as lições começaram bem cedo. Mais especificamente na virada
do ano. Estava eu e meu marido e a nossa cã recebendo um amigo querido da
Alemanha que veio passar o Natal e o Ano Novo aqui. Tudo muito lindo e eu
controlando a cozinha, os quitutes para nós três e, de certa forma, o
convidado, o marido e a pet, porque enquanto cozinhava pedi que fossem ao
jardim tomar alguma coisa e brincar e relaxar. Assim eu ficava mais tranqüila
fazendo as comidas para a ceia.<br />
<span style="text-align: center;"><br /></span>
<span style="text-align: center;">Enfim, na hora em que fui tirar o chester do forno – que eu
tinha feito com molho de laranja – a forma inclinou-se e o molho escorreu para
a minha mão esquerda. Pode parecer mentira, mas eu nunca tinha me queimado
antes.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Chorei de dor. O reflexo me fez colocar a mão, correndo,
embaixo da água da torneira. E, no mesmo momento, o amigo alemão subiu com a cã
que adora lamber tudo no chão. Gritei com ele para ir para a sala com ela e
fechar a porta porque eu precisava limpar a bagunça do molho espalhado pelo
chão.</div>
<div class="MsoNormal">
O marido veio logo atrás e tomou a frente das coisas. Como
alguém que já se queimou várias vezes e tem o know-how, fez um pacote de gelo e
entregou para eu ficar segurando com a mão esquerda, que fora da água, ardia
horrivelmente.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Eu tinha uma bagunça enorme que queria limpar, um jantar por
terminar, e, de repente já não podia fazer as coisas sozinha e do meu jeito.
Minha mão ainda queimava. Os dois rapazes me afastaram da cozinha dizendo que
era só para eu dar as coordenadas que eles terminariam o jantar. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Como assim? Como seria possível eles fazerem tudo sem mim?
Claro que não fariam do jeito certo!!! Claro que não ficaria tão bom já que não
estavam usando os meus métodos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sentada na sala, com um pacote de gelo na mão esquerda outra
coisa queimava. Meu controle. E, tentando ser um pouco esperta, vi ali mais uma
lição: deixar as coisas se construírem por si, pelas pessoas, pelos outros,
pelo universo. Pelo jeito de outrem. É sofrido, mas não é impossível. Brindamos juntos a virada do ano. Eu com a
mão segurando o gelo como recomendado. No outro dia, depois de ter dormido com
o pacote de gelo amarrado na mão, eu tinha somente uma pele um pouco sensível.
Nada de bolhas. Minha cozinha estava limpa. Tudo se ajeitou.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Mas eu não sabia que esse era só o começo das lições que eu
ia tomar durante o ano. Só o começo. </div>
Dna. Bonahttp://www.blogger.com/profile/11760570498536831777noreply@blogger.com1