sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Vai com Deus!

Hoje pela manhã, mais uma vez eu ouvi a minha vizinha brasileira – que se nega a aprender e falar o espanhol – dizer a seu filho: vai com Deus!

O filho deve ter em torno de 30 anos, é casado e mora no mesmo edifício, no outro bloco. Tem uma filha pequenina que se nega a aprender o português.

Ontem eu fui com duas pesquisadoras da faculdade tomar vinhos e experimentar uns queijos franceses. Eu não andava muito bem do estômago, mas dizem que sempre que comemos o que gostamos a gente se cura. Acreditei.

Conversa de mulheres, ainda mais investigadoras, beira todo tipo de assunto. Até que chegamos a falar sobre o apartamento que uma delas ia tentar alugar no outro dia. E ela me sai com essa:

- vocês, que acreditam, por favor, acendam uma velinha para que a dona do apartamento aceite a minha oferta.

Fiquei me perguntando: se ela não crê, como pode acreditar que a minha vela vai ajudá-la?

Ela é ateia, é de uma família de ateus em que somente a avó paterna “acreditava”. Contou que na hora da morte, a avó foi bem tranquilinha. Estava serena. O avô, ateu, quando a dita ceifadora chegou disse:

- Yo no creia, pero ahora Dios me hace falta. Voy a creer.

Semana passada falei com o meu filho via skype. Ele decidiu que ia ao trabalho de bicicleta daqui para frente. Economia e praticidade, dizia ele... Senti aquele aperto que toda mãe sente. Queria que ele voltasse a ser pequenininho, não tivesse decisões próprias e eu pudesse colocá-lo embaixo da minha asa para protegê-lo dos perigos do trânsito. Mas não posso. O que me salvou de uma síncope de ansiedade? Acreditar. Acreditar que há uma Mãe carinhosa, muito mais poderosa que qualquer perigo, gigantescamente forte, que pode me ajudar a protegê-lo.

E daí rezei para ela fazer isso por mim, porque eu me sentia impotente, longe e incapaz de proteger a vida do meu filho. Fiquei melhor.

Talvez por isso as mulheres sejam as mais crentes. Talvez por isso, certas mães tenham uma força descomunal para enfrentar as agruras diárias. Porque elas delegam. Trabalham em equipe com algo que é muito maior, muito mais poderoso, com a energia que nos rodeia.

Por isso, toda vez que a minha vizinha diz: "vai com Deus!" para o filho dela, sei que estamos trabalhando em equipe. E eu mando as minhas energias pedindo o mesmo: para todos os filhos irem com Deus.


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2 Comentários:

Blogger Dorotéia Sant'Anna disse...

Amém! Sempre digo que mães têm pós-doc em reza forte! Bj

1.2.13  
Blogger Denis disse...

Meus pais sempre me disseram... e sempre fui! Lindo relato! Beije sua vizinha por mim!

1.2.13  

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