FLAMENCO e eu
OLÉ!
Com essa coisa de uma Divina
estar na Espanha (Dna. Bona), meu pedaço galego está sacudido.
Vez em quando eu sinto esse
formigamento. Morar um tempo em
Barcelona. Passou. Estudar em Navarra. Passou.
Um curso de qualquer coisa em Madri.
Passou. Férias em Maiorca. Passou.
Desde o final do ano passado a
coceira recomeçou e decidi: este ano faço o Caminho de Santiago. Já sei até quem vou convidar pra ir
comigo. Se o convite não for aceito vou
sozinha. Talvez com um pastor alemão treinado porque isso também está na minha
lista de desejos para antes de morrer.
Mas... e o flamenco? Ah... sei
lá desde quando, mas sempre!
E depois de Saura então... e
depois de Banderas... Ui...
Mas flamenco não é bem aquela dança
que você pode fazer pra ele numa noite romântica a luz de velas num quarto de
motel...
Não é coisa de menina bailarina. Nem ritmo de
moça rica patricinha. Menos ainda de mulher
dependente de mesada ou cartão de crédito de outro titular.
Não tem nada a ver com
champagne e taças de cristal...
Flamenco.
Fale em voz alta:
FLAMENCO!
Notou? Ninguém diz: Eu danço flamenco. É: Eu danço FLAMENCO. Com uma respirada pra
tomar fôlego antes do “flamenco” e um tom, semitom pelo menos, mais alto do que
o restante da frase.
E sempre a frase vem seguida de
uma reação do ouvinte. De espanto, ou de
surpresa, ou de incredulidade, ou euforia, mas sempre, sempre sempre, de
admiração.
Não uma admiração escancarada
como fãs da Marilyn Monroe ou do Marlon Brando. É uma admiração discreta como
fãs da Grace Kelly e do Clint Eastwood.
Na verdade é mais. É
inveja.
Mas a criatura dança Flamenco e aí, vc nunca mais vai olhar pra aquela pessoa sem ouvir o som forte no tablado provocado
pelo salto do sapato especial. Vai saber
que ela usará sempre alguma coisa vermelha - mesmo que você não veja. Vai ver as mãos firmes com dedos crispados –
mesmo cobertos com luvas. Os braços
fortes torneados – mesmo que vestidos de couro. As coxas serão musculosas e os quadris... ah
os quadris... rijos quando necessários,
diabólicos quando sedutores. "Periculosos".
E aquela guinada na cabeça, deliciosamente arrogante, que conduz o olhar pedinte...?
Tenho certeza de que São Tiago
de Compostela adora Flamenco.
Pensando bem, o som
de uma guitarra espanhola invadindo um quarto na penumbra, rosas
vermelhas espalhadas pelo chão, uma
excelente sangria esperando e uma dançarina orgulhosa e “caliente” ... podem render qualquer coisa!
Marcadores: Denis Rivera, Dna. Bona em Sevilha
3 Comentários:
Amada mulher!!!!! Vc conseguiu traduzir em texto toda essa coisa flamenca! Escuta, vou te provocar um pouco mais: até 01 de março vc tem cama, casa, comida e roupa lavada em Sevilla. Bora sentir o som da caixa ou da castanhola onde ela nasceu?
Caminho de Santiago é pra ser fazer sozinha mesmo, pelo que vi, mesmo se vc convidar alguém. Vc caminha no seu ritmo e pensa as suas coisas. É bem especial e farei também, algum dia. Tá na lista. Olé, guapa! Venga!
Óh delícia de texto!!! ÓÓ beleza de plano! Minha amiga que fez o caminho, e não foi assim tão feliz, te recomendaria levar o cachorro e andar sempre em grupos.
Besos!!
Fã de Clint e Flamenco, hehe. Vá mulher, ouvir e dançar e bater o pé com todo estilo e razão. ah,.. e escreva mais, mais...
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