A escatológica forma de descobrir que você não controla seu corpo
5h55. É o horário diário que o intestino de um amigo meu resolve funcionar. Todos os dias. Não tem domingo, nem sábado, nem feriado. Ás 5h55 ele precisa levantar e exercer seu direito de desenfezar-se. A princípio, qualquer um pensa: Tá e daí? E daí que depois de uns vinhos qualquer pessoa pode fazer um tratado sobre como isso incomoda. E qualquer pessoa pode ouvir comentários tão úteis quanto a explicação: pelo menos você não terá câncer de intestino... E o amigo continuou relatando o quanto incomoda ele colocar o despertador para as 6h10 e ter que acordar 15 minutos antes todos os dias, de não poder ficar 5 minutos a mais na cama, que para ele é difícil dormir cedo e não importa a que horas ele vai para cama o intestino funcionará às 5h55...
Mas enfim: problemas com o intestino todo mundo tem. Mais ou menos. E não se fala disso abertamente. Nem a propaganda do Activia esclarece que ele é feito para fazer você cagar. Nem faça essa cara de reprovação. É isso, no final das contas, que ele faz por você, oras.
A questão analítica sobre funcionamento intestinal vai muito mais além do que imaginamos ou tentamos esconder. Se você parar para pensar, todo mundo tem que cagar, senão morre. E mais: o cocô é resultado do funcionamento do seu organismo, logo uma excelente fonte de informações sobre como andam as coisas aí por dentro.
Quando minha nutricionista mandou eu fazer uma desintoxicação ela pediu que fizesse um diário. Super delicada, me solicitou que descrevesse o que andava comendo e as reações do meu corpo. Decidi por conta própria contar quantas vezes ia ao banheiro e descrever de maneira superficial o resultado disso. Falava que às vezes eram bolinhas, que às vezes ia 3 ou 4 vezes em um dia mas continuava sendo uma produção “durinha”, etc. Na consulta de volta ela me deu parabéns. Porque por aquela descrição ela entendeu como meu corpo funcionava. E contou que um dia, com uma cliente ela estava fazendo a tal da anamenese (as trocentas perguntas de início) e perguntou sobre as fezes. A cliente ficou horrorizada e disse que aquilo não se perguntava. Oras, bolas, disse a minha nutricionista, como é que posso ajudá-la sem saber o que seu organismo anda produzindo?
Enfim, a produção intestinal ainda é objeto da criação de vários códigos sociais de comunicação: - Alguém aí precisa usar o banheiro? É que vou fazer o número 2 e vai ficar interditado por um tempo...
Havia ainda um amigo meu que ensinava seus alunos a não terem medo do chefe, ou de um ser superior. Ele sempre dizia: - imagina ele cagando. Você verá que ele é como você. Até porque é mesmo...
Eu poderia fazer um extenso relato de como o intestino fala da gente, de como somos ou levamos a vida. A palavra “enfezado” vem bem daí também: é uma pessoa cheia de fezes. Por que é óbvio que uma pessoa com tudo preso fica muito irritada.
Intestinos presos ou soltos, desgovernados ou pontuais. Eles podem dizer o quanto somos tímidos, controladores, nervosos, desorganizados ou mesmo indisciplinados. Mas todo mundo acaba virando refém do seu funcionamento.
P.S. aos que acham “grosseiro” uma mulher falar sobre intestinos e fezes, eu diria outro palavrão. Quem me conhece sabe qual é.
Mas enfim: problemas com o intestino todo mundo tem. Mais ou menos. E não se fala disso abertamente. Nem a propaganda do Activia esclarece que ele é feito para fazer você cagar. Nem faça essa cara de reprovação. É isso, no final das contas, que ele faz por você, oras.
A questão analítica sobre funcionamento intestinal vai muito mais além do que imaginamos ou tentamos esconder. Se você parar para pensar, todo mundo tem que cagar, senão morre. E mais: o cocô é resultado do funcionamento do seu organismo, logo uma excelente fonte de informações sobre como andam as coisas aí por dentro.
Quando minha nutricionista mandou eu fazer uma desintoxicação ela pediu que fizesse um diário. Super delicada, me solicitou que descrevesse o que andava comendo e as reações do meu corpo. Decidi por conta própria contar quantas vezes ia ao banheiro e descrever de maneira superficial o resultado disso. Falava que às vezes eram bolinhas, que às vezes ia 3 ou 4 vezes em um dia mas continuava sendo uma produção “durinha”, etc. Na consulta de volta ela me deu parabéns. Porque por aquela descrição ela entendeu como meu corpo funcionava. E contou que um dia, com uma cliente ela estava fazendo a tal da anamenese (as trocentas perguntas de início) e perguntou sobre as fezes. A cliente ficou horrorizada e disse que aquilo não se perguntava. Oras, bolas, disse a minha nutricionista, como é que posso ajudá-la sem saber o que seu organismo anda produzindo?
Enfim, a produção intestinal ainda é objeto da criação de vários códigos sociais de comunicação: - Alguém aí precisa usar o banheiro? É que vou fazer o número 2 e vai ficar interditado por um tempo...
Havia ainda um amigo meu que ensinava seus alunos a não terem medo do chefe, ou de um ser superior. Ele sempre dizia: - imagina ele cagando. Você verá que ele é como você. Até porque é mesmo...
Eu poderia fazer um extenso relato de como o intestino fala da gente, de como somos ou levamos a vida. A palavra “enfezado” vem bem daí também: é uma pessoa cheia de fezes. Por que é óbvio que uma pessoa com tudo preso fica muito irritada.
Intestinos presos ou soltos, desgovernados ou pontuais. Eles podem dizer o quanto somos tímidos, controladores, nervosos, desorganizados ou mesmo indisciplinados. Mas todo mundo acaba virando refém do seu funcionamento.
P.S. aos que acham “grosseiro” uma mulher falar sobre intestinos e fezes, eu diria outro palavrão. Quem me conhece sabe qual é.
Marcadores: Dna. Bona, Nivea Bona
5 Comentários:
Bem diz a piadinha sobre a disputa entre os orgãos humanos para saber qual deles era o mais importante. Depois de muita nobreza autoenunciada por cada um, o cú, discretíssimo disse: experimente ficar sem cagar uma semana...
E-xa-ta-men-te!!!!
é! Dna Boa diga a seu amigo que esse reloginho é psicológico. Dá pra mudar
Ki...ki...ki... Adorei! Ainda mais porque não tenho problema algum nesse quesito. Acho interessante, quando na hora de sair de casa, alguém avisa: "Agora tá na minha hora. Já volto".
Acho que depois de anos e anos de reportagem por essa Bahia, viajando só de carro dias e dias, ou você se adapta ou você se adapta...
Depois conto um causo procês...
Repórter, eu disse a ele. Mas como tudo que depende do psicológico, é difícil, né?
D, agora fiquei curiosa com seu causo...
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