terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O tempo e a cidade

Estava passeando pela rua central da cidade quando um casal com um filho me perguntou onde tinha um restaurante. Expliquei e segui meu caminho. Essa situação é bem comum, alguém sempre pára e me pede informações: velhinhos, casais, jovens – perdidos em geral. Brinco que isso acontece comumente porque tenho uma cara confiável ou inofensiva, achei que era uma questão de confiança. O episódio de hoje me fez duvidar dessa tese caseira e alertar para uma possibilidade interessante. Sempre lutei contra a idéia de ficar vivendo na cidade em que moro desde a graduação, o plano era ir embora e isso era tão forte que minha casa ainda tem ares provisórios. No entanto, esta luta vem sendo vencida na surdina pelo destino, os anos passam e cá estou. Hoje me dei conta que os perdidos talvez vejam em mim algo que só notei agora: meu caminhar tranqüilo pela cidade, meus ares de dona do campinho. Caí na risada. Ando tranquilamente tomando suco preferido da loja mais tradicional da parada, renomeei ao bel prazer pontos de comércio, escolhi o doce e o salgado de preferência nessa e naquela padaria. Sei dos pormenores das ruas, compro as especialidades em cada lugar – não me arvoro a pegar pãozinho e doces no mesmo lugar porque conheço os confeiteiros, posso até ficar devendo em alguns locais em que compro há séculos.
Só os anos explicam este conforto de saber de onde/para onde vir e ir. O tempo traz a segurança que se pode notar na forma de olhar, na confiança de pertencer – apesar de não saber ainda qual o meu lugar no mundo. Fiz as pazes com um senhor chamado destino e sussurrei ao seu mensageiro, o vento:
-Está bem, aceito sua sugestão amorosa: só por hoje, este é meu lugar e esse é meu tempo.

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3 Comentários:

Anonymous Doroteia disse...

Ela tá assim só porque vai embarcar para SSA amanhã.
Divindades baianas, a divina gaúcha tá aportando aí na terrinha! Axé!

18.1.12  
Anonymous Doroteia disse...

Ah...ajudem-na a desperucar!!!!

18.1.12  
Blogger Dna. Bona disse...

Ah Paula, que lindo! Eu estou num comichão de sair tbém, de buscar o "desconforto" pq sei de cor tbém as coisas da minha cidade... E te entendo quando faz as pazes com o senhor supracitado... beijo!

30.1.12  

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