Harry Potter e o regionalismo
Eu e ele...
atirados no sofá apertado domingo a noite. Tentando fugir da programação da TV aberta. Faustão, não. Futebol, não. Silvio, também não. Levemente mareados depois de ter ido à praia trocar energia com o mar, como ele gosta de fazer todo final de semana com sol. Eu também gosto. Mas às vezes tenho impressão que ele, gaúcho, gosta mais do que eu, baiana.
Nos rendemos ao DVD de Harry Potter, episódio O Cálice de Fogo, emprestado sob expressa garantia de ser "muito bom, excelente" por minha irmã caçula, Safira.
Detalhe: ela tem a coleção completa - livros e DVDs.
Seria suspeito se não tivéssemos assistido A Pedra Filosofal (2000) e A Ordem da Fênix (2003). Dado o sucesso dos anteriores, o terceiro também nos agradaria.
E segue o filme...
Harry é misteriosamente indicado pelo cálice de fogo ao cobiçado e temível torneio Tribruxo, até então disputado apenas por três bruxinhos maiores de 18 anos devido ao risco de acidentes letais durante as provas. Contrariando as regras, pela primeira vez a disputa teria um quarto bruxo e de 14 anos, completamente abalado com a notícia -Harry.
Volta pra gente...
Fanático por doces, ele diz que tá vontade de comer uma banana split.
Eu digo que ficaria satisfeita com uma banana real. "Tem tanto tempo que não como uma", completo.
"Que???", pergunta sem saber do que eu falava. Tão espantado, como se eu tivesse pedido um pedaço da lua recheada com chantilly. "Você quer comer o que???", repete.
"Não me diga que você não sabe o que é uma banana real!"
"Não", respondeu aos risos.
"Mas você já mora aqui há dois anos. Não é possível que não venda banana real na cantina do seu trabalho"
"Não", ainda aos risos.
"É parecido com a massa de pastel frito, coberto com açúcar e canela, recheado com banana da terra. Nunca comeu???"
"Não!"
Agora sou eu a me desmanchar em risos. Aproveito para sentenciá-lo, afirmando que uma criança não pode ter sido feliz sem ter comido banana real no recreio do colégio.
"Ora, eu comia têta de nêga", reage, com a cara mais lavada, querendo voltar a rir.
"Você o que???", pergunto indignada.
Nesse momento uma almofada passa raspando a orelha esquerda. Ele desvia e segura os meus braços.
"Têtinha de nêga... uma delícia. Era o meu lanche preferido", insiste, com ar debochado.
Me sacudo, na tentativa de livrar os braços, vontade grande de (em bom baianês) senta-lhe a mão. Até que ele explica:
"É uma bola de sorvete em casquinha com cobertura de chocolate quente, aquela que faz uma capa durinha quando esfria, sabe?"
Ai ai...
Esses gaúchos... amados gaúchos...
Depois do negrinho e da nêga maluca...
Fui apresentada à têta de nêga...
Tsc.
Marcadores: Tássia Novaes
4 Comentários:
Muito engraçado! Ele deve ter achado bem esquisito também chamarmos o pão de cacetinho, não? :P
Mas, afinal, gostou do terceiro filme? Bj
KKKKKKKK!
Tirando o racismo do discurso , dá vontade rir!
O filme é ótimo! Temos que assistir o próximo.
Por coincidência (se não me engano), os gaúchos tb chamam o pão francês de cacetinho. Né, Rosana?
E sim... a coisa acabou em piada.
Ah tá; onde estou morando agora nunca ouviram falar em cacetinho...
Obrigada pela visita, sou iniciante na blogosfera. Sim, gosto de caminhar e quero voltar a correr. Um dia comecei, mas tive que parar por conta das circunstâncias e engordei! \o/ mas, vou retomando o controle. bj
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial