ELE, CHICO
Não são os olhos. Tenho certeza. Pelo menos não a cor dos olhos. Nasci, cresci, vivi e envelheço rodeada de olhos assim... digamos... de cores exuberantes - obrigada pai - e vai ver que é por isso que prefiro o moço em preto e branco. O que chega com o olhar sim. O que fuzila de dento do olhar sim. Alguma coisa de fazer tremer a coluna inteira. Inclusive a do teatro.
Tem o sorrisão. Que sorrisão!!! Que alegria escancarada!!! E raro, mais valorizado ainda. Se é que é possível isso.
Passamos uma boa parte da nossa vida acreditando na timidez do moço. Talvez fosse, enquanto moço. Mas agora, todo mundo já ouviu falar do Chico jogando charme pra adolescente brasileira em Paris; do Chico paquerando descaradamente a mulher casada com quem cruza no prédio; do Chico trep...ops... galinhando... quero dizer tomando banho de mar... digo enfim, do Chico de nhem nhem nhem com a morena dentro do mar.
Nem me interessa. Pra mim Chico é adjetivo. Depois de ser substantivo, masculino, sem plural e sem variação de gênero. Pra mim, Chico é o ídolo. E como os ídolos de hoje são muito de verdade, mantenho meu ídolo como os de antigamente: Inatingível. Mesmo que próximo. Mesmo que aqui na esquina comendo acarajé. Porque de perto... sacumé... O Chico mesmo, numa dessas vezes aqui em Salvador, quando desceu do carro pra cantar com Carlinhos Brown, pode ouvir a exclamação da repórter antes da primeira pergunta: "Nossa, como ele é baixo!"... Tenha dó! Magina se eu ía lá prestar atenção na altura do Chico!!! Mas também, pra prestar atenção nessas bobagens melhor nem chegar perto! [olha o que diz Caetano...]. Eu vi de pertinho, conversei até, com alguns dos meus "ídolos" que... mediatamente deixaram de ser ídolos!
Assim, guardo no único pedestal que tenho, o único ídolo que tenho. Sem defeito algum. Poeta. Enamorado. Lindo. Inteligente. Culto. Rico. Bem nascido. Tão perfeito, mas tão perfeito, que pra ninguém botar defeito entende de futebol. A segunda paixão nacional. A primeira é ele. O próprio Chico. Dono de time de futebol e jogador médio... Não tenho a menor dúvida de que essa é uma enorme razão pra Chico ser também reverenciado pelos homens. Mesmo aqueles em que ele bota alguma coisa na cabeça deles [o marido da morena do mar perdoou a esposa. Era o Chico... fazer o quê?].
Chico é absoluto!
E eu... bom eu só queria... bom... eu queria mesmo... na verdade eu queria que ele fizesse uma música pra mim. E só. Simples assim. Pronto! Falei! Contei meu segredo!
Humilde eu. Mas boazinha não! Sacumé... pra escrever uma música pra mim, primeiro a gente teria que se ver, se falar, se conhecer, se ver novamente, ficar junto, sair, jantar, tomar água de côco, ficar junto, caminhar no Leblon, comer acarajé, ir no cinema e enfim... quem sabe até tomar um banho de mar... Aí a música...! Simplezinha... Não precisa ser alguma coisa estrondosa como A Banda, ou eterna como Gota D' Água, nem premunitória como Vai Passar... e nada de Geni pelomordedeus! Pode ser basiquinha como um vestido tubinho preto. Sendo do Chico, é Channel.
Chico fez aniversário. 65 anos.
É. O Chico ficou mais velho.
Mas pouco... pouco mesmo. Na verdade nem se nota que ele tá velhinho.
Até porque, eu sou sua menina e ele é o meu rapaz.
Feliz Aniversário Chico.
Marcadores: Denis Rivera
7 Comentários:
É tudo de bom!!!!!!!!!!!!!!!!
Lindo, lindo, lindo.
Lindo ele, linda você. Lindas as fotos, lindo o texto. Lindíssimo o teu sentimento :)
Ah...uma música prá mim, isso também eu queria. E pousar os olhos, ainda que uma vezinha só, naqueles olhos cor ardósia...ai, meu Deus!
Pouco se me dá os seus 65...
Ele, por ele, será sempre o nosso grande espetáculo.
Dá um lugarzinho aí na fila...
Beijão!
Vai dar briga isso aí!!!! Todas querem um pouco do moço-velho de olho azul. Eu também!
ô Amélia, gostei do baratinho novo aqui no blog!!!!
Ai,ai. Chico...
E dos livros dele, você gosta?
Eu estava no MS e devia passar por ali o Papa ( o legítimo, o do Vaticano). Alguém me perguntou se eu iria vê-lo.Fiquei quieta para não dizer que não sairia do ar condicionado para enxergá-lo passando na minha rua.Comecei, entao, a pensar na total ausência de ídolos na minha vida. Quem me faria sair de casa ou simplesmente chegar à janela? Veio-me um nome. Somente ele: Chico Buarque! ( lindo o teu texto,Denys)
Ah Aldema! Eu já fiz isso montão de vezes... tipo toca o telefone eu já grito: "Só atendo se for o Chico". Alguém diz: Vamos que vai ser ótimo! E eu pergunto: "O Chico vai?". Mas ó Aldema! Faz que nem eu: deixa ele aí mesmo. Nesse lugar único, eterno, etéreo, cheiroso, gostoso... de olhos fundos cruéis tentadores... ai... ai...
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