908 Coisa de cinema
Estou prestes a escrever um filme:
DOMINGO no Porto.
Da Barra, é claro. Duvido que atualmente exista algo mais cinematográfico em Salvador.
Mas a história não pode ser baseada em qualquer dia da semana. A pequena extensão de areia, banhada com água calma, que vai do Farol ao Forte de Santa Maria é espetacular especialmente aos domingos. Ali, justamente onde desembarcou Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral do Brasil há alguns séculos.
Quer dizer. Na verdade, vai ser um documentário.
Nada de atriz profissional, figurante, maquiagem, figurino.
Vamos levar para a película a vida exatamente como ela é. Basta tecer vários recortes da realidade, se aproximar daquela gente de carne e osso (mais carne do que osso) que todo domingo está ali, na praia mais querida de Salvador. Ouvir as histórias (tem cada uma que até o Diabo duvida) e capturar os flagrantes da mais pura baianidade nagô. O show é garantido.
Aliás, a quantidade de gente é i n a c r e d i t á v e l.
A maioria pretos, outros quase pretos, e vários pretíssimos.
Um ou outro turista branquelo desavisado.
É a minha Bahia.
E ninguém fala de câncer de pele, efeito estufa, insolação.
Tome-lhe oléo de urucum para bronzear (ou seria esturricar?) a pele.
Ninguém fala de infecção alimentar. Tome-lhe geladinho colorido feito com água de nãoseionde, queijinho com salmonela assado na hora e muito acarajé com pimenta.
O ideal é que os depoimentos sejam colhidos ao meio-dia.
Protetor solar nemmm pensar. E nos pelos, água oxigenada para alourar o que a natureza fez nascer afroblack.
Bizarro? Não, não.
Pelo contrário.
Tudo muito autêntico e estiloso.
Tudo muito feliz.
Com um ritmo próprio, uma ordem própria que pode ser vista como algo "horripilante" por qualquer forasteiro.
Quem frequenta o Porto aos domingos carrega cores quentes e vibrantes.
E é tudo muito exagerado - mulheres de biquines micro, óculos gigantes, de preferência branco; homens parafinados com cortes de cabelo inusitados, de lupas espelhadas. Cordãozinho colorido no pescoço, nos braços, no tornozelo. Imitações de todas as marcas (Gucci, Ray ban...) com farofa.
O diretor de fotografia vai se inspirar em Pierre Verger - ele soube como ninguém fotografar os negros de corpo talhado da minha Bahia.
A trilha sonora vai ser a que toca no local - Psirico, Harmonia do Samba, Ivete Sangalo...
Quero barulho e mudanças de plano preciptadas.
Também vamos ter depoimentos de Gil e Caetano - assíduos frequentadores do local na década de 70 -, moradores da redondeza, e vendedores ambulantes - esses também são um show a parte.
Pronto. Tá dito.
Se alguém por acaso se apropriar da minha idéia vai ter que se ver comigo pessoalmente e juridicamente.
© 2009 A Repórti
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4 Comentários:
nem vem não !!!NEM VEM NÃO !!! A idéia É MINHA FAZ TEMPÃO !!! E tenho como provar!!! Se vc prestasse mais atenção nas coisas que falo ... Mas se vc se você continuar dizendo que a idéia é tua e que eu to dizendo que é minha, fazer o quê né? Aliás... vc nem era nascida e Suely Temporal - do Faniquito - fez materaço especial sobre o assunto - Página interia no Jornal ao local.
E nem sei porque ainda perco meu tempo falando contigo! Sua desconsiderada! Maleducada! Antiprofissional! Sem ética! Tomara que tua sogra te odeie! Pior: ela vai te achar gorda!
Ô Reporti covarde, vai lá no denisriverablogspot e lê tá fófi? Vc vai gostar. Ou pelo menos tua mãe vai. Ou teu pai. Mas Seo Ari vai, com certeza.
Desculpe, foi mal. So sorry. Não tinha visto o teu post
Shiiii... com esse negócio de sogra por perto A Repórti até deixou de ser revoltada... Tô gostando!
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