VOLTEI

Estou em alas. Patroinha voltou ontem. Pisou na balança e... nenhum quilo a menos! Também, nem um quilo a mais!!! Já estou comemorando! O stress vai ser menor. Patroinha emagrece quando tem problemas sérios a enfrentar. Aí ela afina rápido. Rápido demais. Mas se o problema é daqueles que se arrastam, que dá para ir empurrando, ela engorda ... Vamos ver o que vem pela frente! Voltei de férias antes dela, mas continuei em férias, se é que me entendem. Nos separamos em Três Coroas. Ela foi andarilhar para o lado de Gramado e Canela e eu peguei um busão para voltar para casa. E eis que ônibus em terra de alemão e gringo desce a serra em desabalada carreira.* Fazia inverno em pleno verão. 12 graus e eu tiritando com uma manguinha de algodão. Céu fechado. Aliás, tudo fechado. Brumas gaúchas...não se via 10 metros à frente. E o transporte coletivo era um pinga-pinga, apinhado de gente e um cobrador que circulava aos trancos a cada vez que entrava um passageiro. Sem ar condicionado. Janela aberta significava frio e neblina. Fechada, cheiros múltiplos e náusea. Confiei que aquela velocidade toda tinha a garantia de quem descia aquela ribanceira todos os dias. A cada curva, meu estômago vinha à garganta. Depois de muitas curvas e antes da próxima ameaça, chamei o cobrador e perguntei quanto tempo levaria até chegarmos em Caxias. O alemãozinho simpático riu e disse que se não encontrássemos caminhões subindo a serra, mais uma hora de viagem. Meu estômago deu um nó e ficou ali...gemendo por um dramin. Tratei de fechar os olhos e tentar dormir. Não vi a passageira do meu lado sair. Ele ( o estômago) me acordou e foi de novo até minha garganta numa brecada brusca da curva mais fechada. Minha sorte foi que aquela era a última. Enfim, Caxias. Afetos, visitas e já prá casa que férias de empregada é curta. Ah! Essa cor é em tua homeagem, Carminha! * Carreira é o como se costuma chamar aqui no sul a disputa entre dois cavalos numa pista de terra. Quem corre mais?