PRIMEIRA META DO ANO DESMETADA!

Vou correr a São Silvestre de unhas postiças.

Eu disse isso dia 2 de janeiro e ó!

Não vou. O médico não deixou. E eu nem falei das unhas... O desgramado do doutor entende tudo de corrida e sabe de cor kilometragem, tempo, dia, local ... Antes que eu cortasse os dois pulsos ele foi logo me consolando me lembrando da Corrida Braskem. Tá ...

É uma daquelas corridas que não é nada - nem maratona, nem meia maratona, não conta pra coisa alguma, não abre nenhuma estação, não tem renda revertida pra nada, não faz parte da gincana da primavera, não é organizada pelos ex alunos do Maristas, não tem trio elétrico tocando, mas tem um monte de gente. Gente colunável, socialight, camilinha [aprendi essa hoje - é a patricinha menos patricinha - na verdade, uma patricinha que finge que é ex patricinha], homens poderosos com suas esposas poderosas e plastificadas e alguns atletas amadores exibidos - se não estou esquecendo ninguém.

E este ano, eu. Eu e provavelmente o desgramado do doutor, o meu personal trainner, A Repórti, a Tássia, a Denis e o Ari [a Tássia tira os retratos e a Denis e o Ari ajudam no apoio moral e A Repórti escreve pro blog. O personal vai ser pago pra isso].

Mas sabe?

Eu tô destruída! Arruinada! No fundo do poço! Tripliquei a dose do antidepressivo e só durmo a base de soníferos. Quando durmo, tenho pesadelos com a Avenida Paulista abrindo uma rachadura do tamanho dos Canions do Sul e me engolindo. Só eu. As outras milhares de corredoras seguem rumo ao pódio! Todas [o pódio deve ser no Pacaembu].

Não consigo pensar o que vai ser da minha vida daqui pra frente!

Logo eu, pra quem a vida se resume a fazer exercício, pedalar, nadar, e claro, correr!

O que farei no dia da Maratona de Nova York? Não sei ... não sei de mais nada ... é só um imenso vazio ...

Eu, que não sou ninguém sem um par de tênis nos pés, um shorts, um top de lycra, um cronômetro no pulso e um polar no tórax!

O que será de mim?

O que será de mim ...

Ó Céus!

Ó Céus ...

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